Em tempos de LGPD e home office, curitibanos investem R$ 3 milhões em startup de cibersegurança

Salvador, 14/07/2020 – A Gatefy é uma startup de Curitiba da área de cibersegurança. Desde que foi concebida, há cerca de três anos, a empresa já recebeu investimentos de mais de R$ 3 milhões de reais. A startup curitibana oferece soluções de proteção de e-mail para empresas. Para isto, utiliza inteligência artificial e outras tecnologias que combatem ameaças na internet, como vírus, spam, phishing e ransomware.

O CEO da Gatefy, Felipe Guimarães, explica que o objetivo da startup é prevenir que mais empresas entrem para as estatísticas alarmantes de vítimas de golpes e fraudes.

De acordo com o FBI, os ciberataques provocaram prejuízos de mais de 3,5 bilhões de doláres em 2009. Deste montante, 1,7 bilhão está relacionado apenas a golpes de BEC, que é uma fraude de e-mail. Outro dado preocupante, de um relatório da Verizon, aponta que de cada 10 tentativas de infecção utilizando malware nove delas acontecem por e-mail.

Segundo o CEO da Gatefy, há quatro pontos-chave que os gestores de empresas e os times de TI precisam ter em mente quando o assunto é segurança de e-mail.

“O primeiro ponto tem relação com a segurança dos dados da empresa e a prevenção a vazamentos, ainda mais em tempos de home office. O segundo diz respeito à produtividade dos funcionários. O terceiro ponto tem relação com os prejuízos e as dores de cabeça que um ataque cibernético provoca. Por fim, o último ponto tem relação com a adequação a leis e regulamentações, como é o caso da LGPD”, pontua Guimarães.

“Se a sua empresa é vulnerável, por exemplo, e recebe com frequência muito lixo eletrônico, isso interfere diretamente na produtividade do seu time e ainda aumenta as chances de você ser hackeado e ter dados comprometidos”, exemplifica.

Startup nasceu da experiência em cibersegurança

A criação da Gatefy se deu de forma natural pela experiência com segurança da informação dos dois sócios-fundadores. Por mais de uma década, eles trabalharam com diversas soluções de cibersegurança existentes no mercado.

“Mas existiam muitas questões que a indústria não atendia por se tratar de empresas com sistemas já consolidados. Percebemos nisso uma oportunidade de inovar, de incorporar novas tecnologias”, conta Guimarães.

Soluções de proteção de e-mail

A startup tem hoje dois produtos principais: uma solução de Secure Email Gateway (SEG) e outra de antifraude baseada em DMARC. Os produtos são comercializados em formato SaaS (Software como serviço) e têm integração com diversas plataformas de e-mail, como Office 365, G Suite, Exchange e Zimbra.

O SEG da startup é batizado de Gatefy Email Security. É uma solução usada para detectar e-mails indesejados e perigosos que possam vir a causar algum dano à empresa, como um vazamento de dados, por exemplo.

A outra solução é chamada de Gatefy Anti-Fraud Protection. Este é um produto para proteção dos domínios da empresa. Basicamente, ele bloqueia cibercriminosos que tentam usar o nome e a marca da empresa para cometer golpes.

“Um dos nossos objetivos é ampliar o acesso à segurança da informação. Muitas pessoas ainda acreditam que produtos como os nossos são ferramentas exclusivas de grandes empresas, quando na verdade os dados nos mostram que cada vez mais os hackers têm mirado pequenos e médios negócios, justamente porque essas empresas não se preocupam tanto com a segurança das informações que possuem”, explica o CEO da Gatefy.

Tecnologia brasileira

Outro ponto importante para a startup de Curitiba é contribuir para com o desenvolvimento da indústria tecnológica brasileira, em especial, a área da cibersegurança.

“Já existem grandes players no mercado da cibersegurança, mas a maioria deles é gringo. São empresas dos EUA, do Japão, da Inglaterra, de Israel. O Brasil ainda não é tão reconhecido nesse meio. Mas eu acredito que o nosso trabalho pode ajudar a traçar um novo caminho com o Brasil mostrando que pode sim desenvolver alta tecnologia na área da segurança de informação”, conclui Guimarães.

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