Uso da Inteligência Artificial assistiva revoluciona operações e tomadas de decisão em órgãos de segurança pública

Por Sergio Nunes, Vice-Presidente Sênior da divisão de Segurança, Infraestrutura e Tecnologias Geoespaciais da Hexagon na América do Sul

Salvador, 05/05/2021 – Ao longo dos últimos anos, as organizações de segurança pública e os serviços de emergência têm aumentado os investimentos em uma ampla gama de tecnologias para melhor protegerem os cidadãos e a sua infraestrutura. No entanto, a proliferação dessas tecnologias voltadas à área “inundou” essas instituições com dados, o que acaba sobrecarregando equipes à medida que se torna difícil filtrar o que é realmente relevante diante de uma situação crítica de tomada de decisão.

Tal sobrecarga de informações tem consequências terríveis no mundo real, pois minutos ou até segundos podem definir a vida ou a morte de alguém em uma emergência. Filtrar e interpretar grandes volumes de dados consome um tempo considerável, atrasando a resposta a uma emergência e fazendo com que as organizações responsáveis pelo atendimento percam detalhes importantes que poderiam alterar as táticas de resposta. Por isso, comandantes de operações devem ter informações precisas e relevantes ao seu alcance de forma rápida e assertiva.

Felizmente, os avanços tecnológicos desencadearam uma verdadeira revolução no que diz respeito às análises de dados com o uso da Inteligência Artificial (AI), capaz de fornecer aos humanos uma maior consciência situacional e insights proativos em tempo real para ajudá-los a tomar medidas rápidas. A Inteligência Artificial assistiva processa e analisa automaticamente um grande volume de informações para encontrar e sinalizar aos usuários o que é relevante, com velocidade e consistências incomparáveis. Através dela, equipes envolvidas em uma emergência tomam decisões mais bem informadas quando estão respondendo a um incidente e, inclusive, realizar análises em tempo real para eliminar pontos cegos operacionais, obtendo uma compreensão holística da situação.

Esta nova tecnologia, também aumenta as capacidades humanas de todos os envolvidos em operações de segurança pública ao identificar similaridades e anomalias entre as chamadas de emergência, interpretando e analisando os dados recebidos. Um exemplo prático é durante o atendimento a um acidente de trânsito. Enquanto se deslocam para o local do socorro, equipes de polícia, bombeiros, SAMU e agentes de trânsito podem verificar rapidamente detalhes relacionados ao incidente que foram previamente informados em diferentes ligações sobre a mesma ocorrência, tais como: a proporção do acidente, a quantidade de pessoas envolvidas, o estado de consciência das vítimas e a situação em que se encontram os veículos. Dessa forma, é possível planejar e coordenar esforços entre os órgãos envolvidos antes mesmo de chegarem ao local do incidente, assegurando que o atendimento no local seja o mais preciso, organizado e rápido possível. Essa comunicação integrada e a coordenação entre os órgãos é um dos grandes benefícios para obter os insights, fornecidos com o auxílio da Inteligência Artificial assistiva. Tal conhecimento, quando compartilhado entre diferentes cidades e organizações de segurança pública, pode contribuir para respostas mais ágeis e coordenadas a grandes e pequenos incidentes.

Embora algumas organizações policiais ainda armazenem dados em servidores locais, muitas já estão utilizando a computação e o armazenamento em nuvem mesmo não sabendo explorar esta incrível ferramenta. A boa notícia é que ela evolui rapidamente, especialmente no que diz respeito à integração com a Inteligência Artificial. Uma dessas áreas de crescimento tem sido a interseção da computação em nuvem com o 5G, o que melhorará muito a capacidade das equipes de atendimento às emergências.

Em resumo, estamos cercados de diversas ferramentas modernas que nos permitem fortalecer as capacidades humanas, mas devemos estar cientes de que a qualidade dos dados é tão importante quanto a sua quantidade quando se trata de segurança pública. Ao compreenderem melhor quem, o quê, quando, onde e o porquê de uma situação, as organizações de segurança pública do século 21 estarão melhor preparadas para realizarem o seu trabalho, tão desafiador quanto essencial, que é salvar vidas.

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