Mercado de brinquedos inteligentes cresce, mas gera preocupações sobre privacidade

Salvador, 07/05/2021 – Era questão de tempo para que a conectividade passasse a fazer parte dos brinquedos infantis. Depois dos telefones, eletrodomésticos e vários outros objetos do nosso dia-a-dia, chegou a vez dos “smart toys” – os brinquedos inteligentes. O que os define é o fato de estarem conectados à internet, possuírem um software que permite interatividade com as crianças e a capacidade de simular uma relação humana.

É normal que os brinquedos imitem as tecnologias de seu tempo e simulem as atividades da vida adulta. Assim como o carro infantil estimula a coordenação motora e o senso de direção de uma criança, os brinquedos inteligentes são capazes de introduzir os pequenos ao universo da internet de uma forma divertida. Um dos maiores atrativos dos Smart Toys que tem convencido os pais é o viés educacional dos brinquedos, pois vários deles trazem conteúdos educativos enquanto interagem com as crianças.

Os mais impressionados com as tecnologias já fazem até campanha em prol do aumento do número de Smart Toys, com frases do tipo “Brinquedos inteligentes geram crianças inteligentes”. Por isso, muitas empresas e startups visam este mercado que promete se tornar ainda mais lucrativo. De acordo com uma pesquisa realizada pela Transparency Market Research, a tendência é que o segmento cresça 36,4% até 2026.

Embora ainda sejam raros no Brasil, é importante que os pais já estejam preparados para lidar com todas as questões ligadas aos brinquedos inteligentes. Além do lado positivo da familiaridade com a tecnologia e do viés educacional, também é preciso dar atenção a outro fator: o da privacidade. Isso porque os brinquedos conectados, assim como os nossos smartphones, também são capazes de coletar dados pessoais muito importantes.

Através do reconhecimento facial, de microfones, monitoramento por geolocalização e câmeras, os brinquedos coletam e armazenam muitas informações. O perigo está na segurança dos dispositivos, já que os sistemas tendem a ser bem mais precários neste sentido do que os utilizados pelos celulares.

Por isso, uma invasão mal intencionada aos servidores dos Smart Toys pode causar bastante estrago. Da mesma maneira como os dispositivos assistentes virtuais, os Smart Toys podem se tornar uma porta de entrada para cibercriminosos. Além disso, também há o perigo de vazamento de dados por parte da empresa que opera o sistema dos brinquedos.

Em se tratando de menores de idade, que são os principais utilizadores dos Smart Toys, tudo isso torna-se ainda mais sensível. Por isso, os pais que desejarem presentear os filhos com algum dos novos brinquedos inteligentes devem redobrar a atenção na hora de escolher o produto, ficando atentos aos termos de utilização do item – especialmente nas partes que informam quais dados serão coletados.

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