Magnamed cresce 161% e fatura R$ 150 milhões em 2021

Salvador, 17/01/2022 – A Magnamed, maior fabricante de ventiladores pulmonares do Brasil, investirá no aumento das exportações de seus produtos em 2022 como estratégia para ampliar sua participação no mercado internacional. Essa é uma das principais metas da companhia, após ter registrado crescimento de 161% entre 2019 e 2021, em razão do aumento da demanda doméstica provocado pela pandemia. Por conta da demanda de 6.500 ventiladores para o Ministério da Saúde, em 2020, obteve um faturamento recorde de R$ 340 milhões ou 7,5 vezes a receita de 2019. Em 2021, o faturamento foi de R$ 150 milhões. O objetivo é passar a crescer 25% ao ano, visando retomar o nível de R$ 350 milhões em 2026.

Para alcançar novamente esse patamar, torna-se essencial a ampliação das exportações, dado que o mercado interno encontra-se relativamente bem suprido com o estoque de respiradores nos hospitais, e a receita em dólares potencializa os lucros. “Hoje, a participação do Brasil como um todo não chega a 1% do total comercializado mundialmente. Isso demonstra como temos um bom espaço para entrada de nossos produtos”, afirma Wataru Ueda, CEO da Magnamed.

As metas para o mercado externo são agressivas. A empresa quer chegar a 2026 com 80% do faturamento provenientes das exportações. Normalmente, cerca de 35% das vendas são realizadas no exterior e o restante dividido igualmente entre o mercado nacional público e privado. No ano de 2021 as vendas internas continuaram elevadas o que reduziu a participação das vendas internacionais para 16%. Já no ano que se inicia, o objetivo é ampliar essa fatia para 30%.

A estratégia de internacionalização da Magnamed abrange a construção de unidades de montagem e fabricação no exterior. A empresa está concluindo a instalação de uma planta nos Estados Unidos, onde pretende produzir seu produto OxyMag para atender aquele mercado. Toda a tratativa para obtenção de licenças do FDA (Food and Drugs Administration, órgão local semelhante à Anvisa) já está sendo feita.

Nesse sentido, o lançamento de novos produtos são outro plano de ação crucial da empresa para expansão em novos mercados. Entre as novidades está uma nova linha de ventiladores pulmonares com fonte própria de ar comprimido, denominados FlexiMag MAX, os quais demandam menos investimentos e não precisam de uma rede de ar comprimido hospitalar para operar.

Expansão

Fundada em 2005 pelos engenheiros Wataru Ueda, Tatsuo Suzuki e Toru Kinjo. Em 2008 a empresa recebeu um primeiro aporte do fundo Criatec, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da gestora KPTL. Naquele período, ainda estava incubada no polo de startups da Escola Politécnica da USP, o Cietec. Em 2015, recebeu uma segunda injeção de capital, do fundo de impacto social Vox Capital. Os fundos Criatec e Vox somados detêm 54% da companhia. Além do aporte necessário, colaboram na governança da empresa, de acordo com os executivos da Magnamed.

A expansão de 2020 ocorreu quando a demanda por seus respiradores disparou em razão dos efeitos da pandemia sobre o sistema de saúde. Para dar conta do aumento de produção, Wataru Ueda acionou sua rede de contatos de antigos colegas de turma do ITA, a exemplo de Walter Schalka, que comanda a Suzano, pedindo auxílio nessa fabricação. Outros pesos pesados da indústria nacional, como a Embraer, se juntaram nesse esforço e possibilitaram a ampliação da produção. O resultado foi o crescimento vertiginoso da empresa e o desdobramento em planos de internacionalização.

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