Jovem cria app para pacientes com câncer após fazer cursos da Fundação Estudar

Salvador, 08/10/2019 – Uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostra que 1,2 milhão de novos casos devem surgir no Brasil até o final deste ano. O estudo também aponta que 30% dos registros estão relacionados ao estilo de vida dos pacientes, como sedentarismo, tabagismo e outros hábitos nocivos à saúde. Pensando nisso, César Filho, 28 anos, empreendedor formado em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia, desenvolveu um aplicativo para ajudar as pessoas que passam por essa batalha diariamente.

Após o falecimento da mãe em decorrência de um tumor no ovário, que na época já se encontrava em metástase, César resolveu criar um projeto para ajudar milhões de pacientes ao redor do mundo. “Por mais que eu sonhasse em fazer algo grande, acreditava que desenvolver um projeto de impacto não era algo alcançável. Achava que não seria capaz,” afirma.

Tudo mudou quando o jovem encontrou metodologias da Fundação Estudar que alavancaram sua motivação. O primeiro curso foi o Decisão de Carreira, da iniciativa Estudar Na Prática em dezembro de 2014, onde ele conheceu pessoas inspiradoras, como uma jovem de apenas 26 anos que faturava R$ 100 mil por mês vendendo brownies.

Meses depois, ganhou uma bolsa para estudar Empreendedorismo na Califórnia. No entanto, ele não tinha dinheiro para viajar e se manter nos Estados Unidos. Foi quando se inscreveu em mais um curso da Fundação Estudar: Liderança Na Prática. Entre um módulo e outro das aulas, os alunos são orientados a realizar um “salto”, ou seja, consolidar tudo aquilo que foi aprendido no primeiro módulo. Essa etapa dura um mês e os estudantes são incentivados a colocar a mão na massa.

Com orientação da Fundação Estudar e inspirado por outros jovens, César decidiu vender brigadeiros para pagar a sua viagem, se aproximando do sonho grande de desenvolver uma ferramenta destinada aos pacientes de câncer. “A Fundação Estudar teve um impacto muito grande na minha história. Acho que eu não chegaria onde estou hoje sem ter passado por estes cursos”, diz. Um ano depois de desembarcar na Califórnia, o WeCancer foi disponibilizado para download.

Trata-se de um aplicativo para smartphones em que o paciente com câncer pode se automonitorar. A tecnologia contém informações sobre o tratamento, medicamentos em uso, atividades cotidianas e efeitos adversos (como febre, falta de ar, náusea, entre outros). As informações que ajudam a nortear o tratamento são coletadas por meio de questionários curtos. A tecnologia de dados criada por César Filho fornece um panorama geral do estado de saúde do usuário.

“Os principais benefícios gerados pela plataforma são: melhora na identificação dos sintomas, acesso a dados que podem dar apoio a tomada de decisões clínicas, economia de tempo na consulta, foco na discussão sobre tratamento, além de facilitação da comunicação com o paciente em casa”, explica o criador da plataforma.

Hoje, a startup está incubada na Eretz.Bio do Hospital Israelita Albert Einstein, onde recebe investimento da instituição. Atualmente, são cerca de 500 usuários ativos, sendo que alguns chegam a passar mais de uma hora por dia no aplicativo.

O app está disponível para download na App Store e no Google Play.

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