5G pode trazer riscos às operações aéreas

Por Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

Salvador, 19/01/2022 – A Banda C é uma faixa de frequência utilizada na comunicação entre satélites e antenas e que será destinada à rede 5G. No Brasil deve causar interferências no sinal de TV aberta captado por antenas parabólicas domésticas, as operadoras de telecomunicações terão que tomar providências para superar esse problema.

Já nos Estados Unidos mais preocupações estão sendo levantadas acerca do assunto. Recentemente, a Boeing e a Airbus se juntaram a outras entidades que têm manifestado preocupações quanto às interferências que o uso da Banda C pode gerar nos altímetros dos aviões, o que em tese poderia causar acidentes aéreos.

No país, órgãos do governo tem posições opostas: enquanto a Federal Communications Commission (FCC) aprova o uso da Banda C pelas operadoras de telecomunicações, a Federal Aviation Administration (FAA) se opõe, preocupada com a segurança das operações aéreas. Outros interessados afirmam que vários países ao redor do mundo já têm serviços 5G usando a Banda C, sem que tivessem ocorrido problemas.

Duas grandes operadoras americanas, a AT&T e a Verizon adiaram a implementação de 5G em função dos possíveis problemas, a princípio até janeiro, e agora a Airbus e a Boeing procuraram o presidente Biden pedindo que esse adiamento seja mantido até que o assunto totalmente esclarecido.

O fato é que há muitos bilhões de dólares em jogo e a situação parece caminhar para um impasse, incluindo mais interessados, como a Air Line Pilots Association, que afirma ser um problema sério para passageiros, tripulantes, companhias aéreas e também para a economia americana.

Resta agora aguardar os próximos capítulos dessa novela, esperando que interesses econômicos não se sobreponham às vidas.

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