Tecnologia de Informações Geográficas pode ser solução para os desastres naturais que assolam a Bahia

Salvador, 28/01/2022 – A chegada do verão trouxe chuvas que, ainda que sejam características da estação, está apresentando uma intensidade considerada perigosa em diferentes regiões do país. Por este motivo, a alteração climática vem sendo acompanhada por um alto número de desastres naturais, como rompimentos de barragens, deslizamentos de terra, enchentes e alagamentos. As inundações vêm ocorrendo principalmente na Bahia, que passou a apresentar sinais de alerta e receber doações de outros estados brasileiros.

Segundo último levantamento da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), o número de mortos por causa das fortes chuvas no estado subiu para 27, tendo ainda 92.462 pessoas desabrigadas ou desalojadas. Ao todo, 965.643 pessoas foram afetadas pelas chuvas e 523 ficaram feridas. É preciso, portanto, se atentar ao tema, para que situações como esta não se agravem em 2022, o que já é o medo de 62% dos brasileiros, como mostra a pesquisa da Ipsos.

Além das alterações no clima, outro fator que acelera a velocidade dos processos que originam acidentes naturais e trazem riscos à sociedade é a excessiva intervenção humana. “É preciso entender as causas e consequências para atuar na mitigação dos impactos com as ferramentas necessárias. Atualmente existem tecnologias capazes de oferecer monitoramento e análises para prever e evitar desastres naturais, propiciando proteção à eventuais ocorrências”, conta Daniel Henrique Candido, Doutor em Análise Ambiental e Dinâmica Territorial e especialista em Recursos Naturais da Imagem Geosistemas, distribuidora oficial da Esri no Brasil.

É o caso da tecnologia GIS (Sistema de Informações Geográficas), que é capaz de atuar como um hub de informações e retirar dados de diferentes fontes, possibilitando o estudo de todos os elementos do local. As análises e monitoramentos são feitos através de imagens de alta resolução de satélites, radares orbitais e equipamentos de medição de calor e posicionamento. Além de reduzir os riscos e aumentar a segurança da população, a tecnologia também pode auxiliar o governo na tomada de decisões e evitar paralisações e altos prejuízos financeiros.

“Para prevenir próximas inundações na Bahia, ao ter conhecimento detalhado das regiões que podem ser afetadas, os planejadores podem direcionar o crescimento do município, evitando a ocupação de áreas de risco de modo que a expansão urbana ocorra sem que haja decréscimo à qualidade de vida da população”, explica Daniel Henrique. Já no caso dos desastres já ocorridos, o uso de informações geográficas pode facilitar a atuação dos órgãos de Defesa Civil visando minimizar prejuízos materiais e evitar perdas de vidas humanas.

Portanto, é possível notar que o uso de novas tecnologias como solução para a prevenção e compreensão de recorrências naturais é de extrema importância, e, ainda que necessite de um investimento maior, acaba se revertendo em uma economia a médio e longo prazo. É o que foi levantado até mesmo pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2019, visto que para cada dólar investido em prevenção de desastres, há uma economia de seis dólares que seriam gastos futuramente em ações de reparação dos danos decorrentes do problema.

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