Mais Autonomia destaca a importância das tecnologias assistivas para o empoderamento de deficientes visuais e cegos

WeWALK, bengala inovadora que permite mais independência às pessoas com deficiência visual

Salvador, 14/¹2/2019 – No dia Nacional do Cego, comemorado nesta sexta-feira, 13 de dezembro, a Mais Autonomia Tecnologia Assistiva destaca a importância das inovações para o empoderamento dos deficientes visuais.

A empresa representa, com exclusividade no Brasil, o OrCam MyEye e a WeWALK, listados pela Revista Time entre as 100 maiores inovações tecnológicas de 2019. E ambos pertencem a uma lista ainda mais restrita: entre essa centena de eleitos, apenas quatro invenções são voltadas para a acessibilidade e assistência de deficientes.

Embora o universo de tecnologias desse tipo ainda seja tímido para atender às mais de 250 milhões de pessoas com deficiência visual em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, ou a uma população brasileira de 582 mil cegos e 6 milhões de pessoas com baixa visão, os dispositivos exercem papel fundamental para a inclusão na sociedade. “A tecnologia amplia as possibilidades dos deficientes visuais no acesso a escolas e universidades e também no mercado de trabalho, permitindo que ocupem funções até então desafiadoras e oferecendo mais independência”, ressalta Doron Sadka, diretor da Mais Autonomia.

Para o turco Kursat Ceylan, inventor da WeWALK, e cego desde seu nascimento, a tecnologia permite às gerações mais atuais uma independência desde a infância e adolescência. “Psicologicamente, isso faz com que se tornem adultos muito mais seguros, autoconfiantes e autossuficientes. Algo que as gerações anteriores tiveram, graças também à falta de inovações inclusivas e assistivas, muito mais dificuldade para conquistar. Imagina que incrível uma sociedade em que o deficiente visual cresce e forma sua personalidade com esse empoderamento?”.

OrCam MyEye

Dotado de tecnologia revolucionária, o OrCam MyEye oferece independência às pessoas cegas ou com deficiência visual. O equipamento pode ser utilizado para permitir a leitura tanto de livros, quanto jornais, revistas, placas de rua, cardápios de restaurantes, nomes de lojas, mensagens do celular, placas de sinalização e folhetos. Trata-se de uma pequena câmera inteligente que, acoplada nas hastes de qualquer par de óculos, escaneia e lê instantaneamente textos em português e inglês, em qualquer superfície. Sua velocidade pode ser controlada, possibilitando a leitura de 100 a 250 palavras por minuto; permite escolher entre voz masculina e feminina; e tem comandos para pausar, adiantar ou retroceder a leitura – tudo isso offline.

O aparelho consegue ainda identificar cores e tonalidades, reconhecer pessoas e gêneros, rostos, informar a data e hora com um simples gesto de girar o pulso, cédulas de dinheiro (reais e dólares). Após o reconhecimento, retransmite a informação discretamente no ouvido do usuário. “Cerca de 80% das atividades que realizamos no dia a dia estão relacionadas à leitura. O OrCam MyEye proporciona, como ferramenta de visão artificial, o acesso à informação, esteja a pessoa onde estiver, e sem a necessidade de conexão à internet”, avalia Doron. O OrCam MyEye possibilita também o desenvolvimento de pessoas com dislexia, déficit de leitura ou analfabetismo.

WeWALK

Com sensores ultrassônicos, a bengala WeWALK foi pensada especificamente para o dia a dia das pessoas com deficiências visuais. Ela alerta o usuário, por meio de vibrações em sua alça, sobre obstáculos inesperados na altura do peito e da cabeça, obstruções no caminho e vias estruturais de ruas e calçadas, por exemplo. Se conectada a um smartphone, via bluetooth, pode ser integrada ao Google Maps ou a softwares de assistência de voz para compreender os arredores e orientar sobre lojas, restaurantes, farmácias ou qualquer conveniência próxima. Mais que uma tecnologia, a WeWALK é um movimento social.

Na avaliação de seu criador, a WeWALK auxilia, na prática, com questões de navegabilidade e localização de restaurantes, lojas e serviços que estejam próximos ao usuário. Mas a acessibilidade faz com que as pessoas se sintam fazendo parte do mundo. “Para você ter uma ideia, há pessoas que acham que, por ter uma deficiência, não merecem estar na sociedade, e isso é bastante preocupante. Eu estava no aeroporto, chegando para minha viagem ao Brasil agora e, ao sentir o piso tátil, pensei: “uau, há uma preocupação em integrar as pessoas com deficiência visual aqui”. Isso faz com que eu me sinta aceito. E esse é apenas um exemplo, mas você imagina o quanto isso é multiplicado, no dia a dia de um deficiente, em todos os lugares que ele frequenta”, conta Kursat.

Os dispositivos podem ser financiados em até 60 vezes pela linha de crédito do Governo Federal para tecnologias assistivas, através do Banco do Brasil. Mais informações sobre os produtos estão disponíveis no site www.maisautonomia.com.br.

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