TechFin baiana especializada em PIX, recebe aporte de R$ 2 milhões

Salvador, 05/07/2021 – Com o propósito de ser a primeira infraestrutura tecnológica-financeira, capaz de empoderar empresas brasileiras a prestar serviços financeiros sem precisarem dos bancos, sobretudo o setor varejista, a Aarin, o primeiro Hub Techfin especializado em Pix e open banking, anuncia aporte de R$ 2 milhões, que será empregado em tecnologia, produto, growth e em pessoas. Entre os investidores estão RB3 Participações, Cubos Venture Studio, e alguns executivos do Brasil, Estados Unidos, Espanha, dentre outros. O negócio, que nasceu em Salvador, e começou a operar em janeiro deste ano, já transacionou cerca de R$ 5 milhões de pagamentos. A estimativa é faturar, até o final do ano, cerca de R$ 750 mil.

Parceira da Fecomércio da Bahia, a Aarin nasceu para resolver, dentre outras dores, a burocracia do sistema financeiro. Co-fundada por uma liderança feminina, Ticiana Amorim, que também é CEO, empreende negócios desde 2012. Criou empresas de diversos setores, inclusive de soluções tecnológicas, como o Zigpay. Ao lado dela na operação da tech-fin, estão Lucio Cordeiro e Victor Tavares

De maneira geral e prática, a tecnologia desenvolvida possibilita, dentre outras funções, um ERP (sistema de gestão integrado) para que estabelecimentos comerciais possam prestar serviços financeiros para a sua base de clientes, utilizando a infraestrutura tecnológica criada pela techfin. “Não só solucionamos processos burocráticos de recebimento, como ajudamos as empresas no controle e repasse, conciliação bancária, estorno, mas, principalmente possibilitando uma nova linha de receita para as empresas”, explica Ticiana, que tem passagem por instituições como Jusbrasil e Instituto Max Weber. 

Com as soluções para o varejo, é possível realizar vendas e ter a confirmação, em tempo real, de quando o dinheiro cai na conta por múltiplas caixas, garçons, vendedores etc, sem a necessidade do acesso à conta bancária. Isso permite que a operação seja escalável, sem a exigência de ter que confirmar com o proprietário ou gerente da loja (quem geralmente tem acesso às contas bancárias) ou ter que pedir para o cliente ficar enviando o comprovante de pagamento, por exemplo. 

As empresas também podem usar o sistema para fazer pagamentos em lote, pagando em um clique só milhares de funcionários, fornecedores, afiliados ou parceiros. “O Pix é commodity, a tecnologia criada em cima dele é o verdadeiro diferencial”, diz. De acordo com a empreendedora, o propósito é construir as pontes necessárias para o que chamam de Invisible Banking, banco invisível. “As pessoas não precisam mais ir em agências para terem acesso ao pool de serviços financeiros, o cliente pode encontrá-los em lojas de vestuário, por exemplo, em que é possível financiar e parcelar as compras, em lojas de material de construção, em que a oferta de crédito é oferecida para financiar sua reforma e assim por diante”, ressalta Ticiana.

Da esquerda para direita: Yanna Lopes, Victor Tavares Ticiana Amorim e Maíra Valverde

A tecnologia desenvolvida pela Aarin vai até a ponta do consumidor, por meio de um aplicativo para frente de caixa, e criado especificamente para o varejo. “Ajuda varejistas e trabalhadores informais, uma vez que o sistema Pix não é gratuito para operações entre pessoas jurídicas. Os clientes crescem, em média, 10% a 20%no mês, em quantidade de transações e isso mostra o potencial e adesão ao sistema Pix. Acreditamos que é um caminho sem volta e mais que um meio de pagamento, pois possui características que vão alterar de uma vez por todas a gestão de pagamento e a experiência do usuário no ato de comprar”, assegura.

Além disso, a tecnologia também reduz fraudes, uma vez que dispensa o cartão e a transferência do dinheiro é instantânea, bem como a principal queixa de golpe com os cartões de crédito: o chargeback, que é quando uma cobrança é contestada pelo titular do cartão e o valor é devolvido, quando é identificadas transações fraudulentas. “O risco das fraudes por NFC é menor, pois os cartões, hoje, têm a função de passar compras por aproximação, sem pedir a senha, o que possibilita qualquer pessoa utilizar o seu cartão, ou que alguém aproxime uma máquina da sua carteira e consiga realizar uma transação”, diz.

A Tech-fin já soma mais de 100 clientes no portfólio como Desinchá, Dobra, Gregory, Zigpay, Quero Delivery (presente em 250 cidades), Vamo app, Pede Aí (ativa em mais de 170 cidades), Latam Gateway, CRK, Hard Rock Café no Brasil e outros, e quase 30 colaboradores.

Mercado

As transações iniciadas por pessoas físicas e recebidas por pessoas jurídicas, que caracterizam, em geral, transações de compra, representaram 9,1% e 8% do total, em termos de quantidade e de valor, respectivamente. Inclusive, o Pix se tornou um símbolo de avanço tecnológico no mundo todo e, recentemente, ganhou o prêmio ‘Fintech & Regtech Global Awards 2021’ na categoria de Payment Innovation. A premiação mostra que o Banco Central vem seguindo as premissas de Open Innovation e tendo êxito em seu desenvolvimento.

As transações via Pix já superaram o DOC, TED e o boleto, em virtude de um processo extenso de modernização do Banco Central. De acordo com dados da instituição, entre novembro de 2020 e março de 2021, já foram feitas 1 bilhão de transações pelo novo sistema e movimentaram R$ 787,2 bilhões. São mais de 230 milhões de chaves registradas.

Já as tech-fins, como são conhecidas, são empresas de tecnologia que têm como objetivo melhorar e modernizar soluções e serviços já existentes no setor financeiro, bem como facilitar as transações bancárias.

A solução

A Aarin Tech-Fin desenvolveu o ‘Smart Core’: uma arquitetura tecnológica customizável que possibilita a oferta de serviços financeiros por parte de qualquer tipo de empresa do mercado. “São recursos  que funcionam com base nas premissas do open finance e open banking, para que empresas possam ofertar seus próprios serviços financeiros sem que precisem ser um banco”, explica a executiva. Um dos principais diferenciais é o chamado “compliance as service”, que fornece a liberdade para que empresas escolham quais são os critérios e requisitos necessários, e em quais bancos de dados e bureaus, deseja que esses dados sejam validados.

Ou seja, o compliance para abertura e validação de contas digitais dentro do seu ecossistema, bem como para oferta de serviços como crédito, empréstimo, cashback, etc. A ideia é se diferenciar dos chamados BaaS – Bank as a Service, que oferecem uma white label de banco mais engessado. Exemplo: se uma escola quiser criar contas digitais para seus alunos, e o único requisito de compliance for o número de matrículas, o núcleo inteligente da Aarin pode ajudar essa escola. E, essa mesma tecnologia atende, por exemplo, o mercado de fretes, que requer uma série de certificações e dados para validar uma atividade. 

“O desenvolvimento ágil de produtos, com foco tanto para o varejo físico quanto para o digital, otimiza todo o processo de recebimentos e pagamentos por meio do Pix. Deu tão certo que, em cinco meses no ar, já estávamos com quase 100 clientes pela simplicidade de uso e custo acessível”, finaliza a empreendedora.

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