Startup usa blockchain para rastrear cadeia produtiva de carne bovina

Salvador, 23/05/2022 – Entrou em operação no início de abril a solução CattleVis, desenvolvida pela startup SpaceVis para garantir a rastreabilidade da cadeia produtiva de carne bovina. Utilizando a plataforma Corda, desenvolvida pela R3, a solução é dividida em quatro componentes complementares: IoT, conectividade, software e blockchain.

O primeiro componente, IoT, é composto por brincos GPS, os TagVis, que são colocados em cada cabeça de gado; a ConnectVis, uma infraestrutura de conectividade implementada na propriedade do criador para captar as informações enviadas pelos brincos; e dois softwares, o CattleVis, em que o pecuarista recebe e visualiza as informações e o TraceVis, de rastreabilidade, que vai registrar estas informações em blockchain, criando um banco de dados seguro e imutável.

Com esses elementos, a CattleVis vai permitir o monitoramento e a rastreabilidade do rebanho, dando ao pecuarista uma melhor gestão de sua propriedade, controle de estoque e patrimônio em tempo real e mais segurança. Além disso, a possibilidade de rastrear toda a cadeia produtiva também dá aos frigoríficos a segurança de estar adquirindo animais com proveniência comprovada.

“Ao garantir a origem do gado, a solução permite a emissão de títulos e tokens que poderão ser utilizados como garantia em futuras negociações”, explica o CEO da SpaceVis, Guilherme Canavese, lembrando que a solução traz transparência para a localização do rebanho e garante sua futura tokenização, ou o registro de um item físico em blockchain para emissão de títulos no mercado financeiro.

Para garantir a segurança e a imutabilidade dos dados, além da rastreabilidade do gado, a SpaceVis utiliza a plataforma Corda Enterprise, da R3. “A plataforma Corda garante que todas os dados armazenados sejam imutáveis e rastreáveis, aumentando o nível de segurança e auditoria destas informações”, diz o country manager da R3 no Brasil, Gustavo Paro.

“Ao garantir a origem e a rastreabilidade do gado, os produtores poderão emitir títulos e obter crédito com mais segurança”, explica. Isso porque a garantia da origem do gado diminui o risco de quem oferece crédito, o que é um diferencial para os produtores que utilizarem a tecnologia.

Sobre o modelo de oferta ao mercado, Canavese revela que a SpaceVis não vai comercializar os brincos, mas oferecer um serviço em que o produtor paga um valor mensal por animal rastreado, com contratos de pelo menos doze meses. Para isso, já foram produzidos e comercializados cerca de 50 mil brincos GPS, que devem entrar em operação a partir de agosto com a expectativa de que, até dezembro de 2023, sejam comercializados 1 milhão de dispositivos. Quanto à receita, o CEO projeta R$ 50 milhões até o fim do próximo ano.

O investimento inicial da SpaceVis foi feito pelas empresas Constanta Industrial, Constanta e pelo Instituto Constanta de Inovação (ICI) e 7Comm, Canavese afirma que houve também a entrada de mais de R$ 2 milhões de capital investidor ao longo do desenvolvimento da plataforma. A Constanta investiu no desenvolvimento do dispositivo brinco GPS e do software CattleVis, que foram realizados pelo Instituto Constanta de Inovação (ICI), braço de pesquisa e desenvolvimento da indústria. Já a 7Comm desenvolveu o software de rastreabilidade em Blockchain.

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