Startup investida por Camila Farani e João Appolinário, é adquirida pela Ingresse

Salvador, 23/12/2020 – A Ingresse, plataforma referência em venda de ingressos que já levantou R$ 90 milhões de investimentos, realizou recentemente o processo de aquisição do Poppin, aplicativo do segmento de encontros com uma base de mais de 700 mil usuários, que conta com investimentos de Camila Farani, investidora e presidente da G2 Capital, e de João Appolinário, fundador da Polishop. A operação teve formato de acquihire, com objetivo absorver a equipe e o conhecimento em experiência do usuário e desenvolvimento de produto, além de toda a tecnologia que despertou o interesse de importantes investidores no dating app. É a primeira aquisição dessa modalidade realizada por parte da Ingresse, que também coloca em seu time de forma pioneira uma companhia que não atua vendendo entradas para shows e festas.

Com lançamento em junho de 2016, o Poppin foi o maior aplicativo de relacionamento focado em festas e eventos do mundo. Fundado pelos empreendedores Guilherme Ebisui e Filipe Santos, o dating app gerou mais de 3 milhões de combinações e levantou mais de R$ 3,5 milhões em rodadas de investimento, realizadas por fundos como Duxx Investimentos, ACE e Eclipseon. Além disso, a plataforma teve grande destaque no programa Shark Tank Brasil, em 2018, despertando interesse de Farani e Appolinário, que investiram juntos R$ 900 mil.

“Me lembro que no dia da negociação eles reforçaram bastante que procuravam smart money e não apenas um cheque. A primeira informação que eles trouxeram foi que somente 0,5% dos matches viravam encontros na vida real. O Poppin foi desenvolvido para solucionar este problema, já que os usuários não precisam marcar o encontro, basta confirmar presença no evento de escolha e dar um like em alguém que também está confirmado. Pronto: o “date” já está marcado. Apostei neles por conta da consciência de negócios que eles expressaram, de priorizar uma nova visão de mercado, de valorizar a questão do big data, focar no early stage em crescimento, produto, para conseguir primeiro definir o product market fit (grau de satisfação do consumidor de um mercado específico) e só então focar em monetização”, comenta Camila Farani.

A junção entre as duas companhias foi um movimento estratégico, pois enquanto a Ingresse sempre atuou de forma incisiva no setor de venda de ingressos, oferecendo tecnologia e praticidade a produtores de eventos e compradores, o Poppin tinha como foco a geração de experiências e interações em um contexto parecido, já que atuava diretamente com festas e baladas. “É interessante notar que as duas empresas trilharam caminhos distintos dentro de um mesmo mercado. Desse modo, a fusão das áreas de atuação foi algo natural”, explica Guilherme Ebisui.

Gabriel Benarrós, CEO e fundador da Ingresse, já conhecia o trabalho dos sócios do Poppin. Desde cedo, fizeram parcerias comerciais e discutiam o mercado. “Ao acompanhar o desenvolvimento da empresa, desenvolvi admiração pelo Guilherme e Filipe”, explica. O empreendedor complementa que a aquisição de talentos foi o principal motivador do acquihire. “O time em particular tem um olho para produto muito fora da curva, capacidade de conectar feedback de usuários com desenvolvimento, além de um time de programação muito coeso e azeitado. Isso permitiu que o Poppin se tornasse o maior app de dating brasileiro”, pontua.

Ainda de acordo com Benarrós, como o Poppin não tinha um modelo de monetização tradicional, o time desenvolveu metodologias sofisticadas para então entender o comportamento de seus usuários. “Esperamos que o time do Poppin assuma funções chave dentro da Ingresse, principalmente relacionadas a produto e inovação, e que possamos aplicar essas metodologias ao mercado de eventos”, explica. Ele ainda complementa que o trabalho “a quatro mãos” já rendeu uma novidade na Ingresse que pode ser lançada ainda em 2020. “Em breve, estaremos publicando novas funções relacionadas a consumo de alimentos e bebidas via app que já adotam vários conceitos construídos em conjunto”

Para Filipe Santos, o processo de acquihire é algo inovador no Brasil. “A aquisição de empresas com foco na absorção de times é algo comum em outros lugares, como Estados Unidos e Europa, visto que expandir equipes de alta performance é sempre algo desafiador no mercado de tecnologia”. Mesmo em uma pandemia que afetou diretamente o setor de eventos, a Ingresse realizou o movimento por entender que há muitas possibilidades a serem exploradas junto ao consumidor final e acreditar que a retomada do segmento será forte. “No exterior, é muito comum empresas adquirirem “times” pelo seu talento. Isso se torna mais comum em tecnologia, pois nesse mercado o grande diferencial entre as empresas, mais do que nunca, é o capital humano”, finaliza Benarrós.

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