Inteligência Artificial abre caminho para democratização da saúde no Brasil

Salvador, 11/11/2019 – O acesso à saúde no Brasil sofre grande desigualdade e, como consequência, reflete na quantidade de exames de sangue realizados no país. Segundo especialistas na área de saúde, os exames de sangue influenciam 70% das decisões médicas e geram até 94% dos dados objetivos em saúde, sendo importantes para detectar doenças e preveni-las. Na rede privada, pacientes chegam a fazer até 15 exames de sangue por ano, enquanto no sistema público, o número por pessoa não chega a cinco. Essa diferença chega a ser alarmante, já que 75% da população brasileira está presente no Sistema único de Saúde (SUS), em que realizam menos que um terço dos exames, contra 25% que está presente no sistema privado.

Segundo o último levantamento do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), dos 21.635 estabelecimentos de Medicina Diagnóstica, 90,8% são privados. Ou seja, o custo de um exame pode ser muito acima ao que o paciente poderia pagar. Outra barreira está na localização. No Norte, maior região do Brasil, por exemplo, existem apenas 1.060 laboratórios, e que muitas vezes não são tão próximos dos moradores.

“Mesmo sendo importante, poucas pessoas têm acesso adequado a essas análises, o que compromete todo o processo de diagnóstico, impedindo, consequentemente, a possibilidade de tratamento de várias doenças. Por isso, queremos que esse 75% da população tenha uma saúde acessível. Queremos apresentar uma alternativa acessível, de baixo custo e eficaz, e nós estamos conseguindo isso”, conta conta Marcus Figueredo, CEO da Hi Technologies, startup que tem como missão democratizar o acesso à saúde.

Uma das maneiras encontradas para isso é o Hilab que oferece diversos tipos de exames laboratoriais com preços entre R$ 30 e R$ 80. O laboratório portátil, que é desenvolvido pela própria Hi Technologies, está disponível em farmácias e consultórios médicos, e entrega os resultados em poucos minutos.

O Hilab funciona de forma simples, pouco invasiva, sem seringas, e praticamente indolor. Um profissional de saúde treinado faz um pequeno furo na ponta do dedo do paciente para coletar algumas gotas de sangue. Após a coleta, a amostra é colocada em contato com os reagentes dentro de uma pequena cápsula, que é depositada dentro do dispositivo que cabe na palma da mão. O dispositivo, então, cria uma “versão digital” da amostra que é transmitida instantaneamente via internet para a equipe de biomédicos do laboratório físico, onde especialistas, que contam o auxílio de algoritmos de Inteligência Artificial (IA) própria, vão emitir um laudo em questão de minutos. Por fim, o paciente recebe o resultado no smartphone via SMS, e-mail ou no app Hilab.

“O farmacêutico é um profissional de saúde altamente preparado para ajudar a tornar o acesso à saúde mais democrático. A possibilidade de fazer um exame na farmácia proporciona acesso para pessoas de todas as regiões e classes sociais, é isso que nos move”, analisa Figueredo.

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