A importância de pensar fora da caixa: startup vai além dos serviços e impulsiona o negócio com tecnologia própria

Ao desenvolver um sistema de reconhecimento por imagem, Take rentabiliza empreendimento em diferentes frentes de atuação e pontos de vendas

Salvador, 05/09/2022 – A transformação digital já é uma velha conhecida das empresas que desejam otimizar os serviços. Inclusive, a pesquisa ‘Digital Investment Index’, realizada em agosto pela consultoria EY Parthenon, identificou que os investimentos dos executivos em digitalização neste ano são 65% maiores em comparação a 2020. Já 72% deles pretendem transformar radicalmente as operações digitais nos próximos dois anos; antes da pandemia, eram 62% os que tinham essa concepção. No entanto, investir em tecnologia não é o único caminho para impulsionar o crescimento dos negócios. Também é possível transformá-los em produtos.

A Take é um exemplo de startup que conseguiu evoluir o portfólio para além da prestação de serviços. O negócio que nasceu em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, com a proposta de disponibilizar cervejeiras autônomas em condomínios residenciais, atualmente é capaz de rentabilizar o empreendimento em diferentes frentes de atuação e pontos de vendas.

“Inicialmente desenvolvemos um sistema com base no reconhecimento por imagem a fim de oferecer aos moradores de condomínio residenciais um cooler com operação de 24 horas, nos sete dias da semana e sem a necessidade de um vendedor para a finalização da compra. Ao longo da nossa trajetória, percebemos que a solução é aplicável a qualquer segmento, o que nos permite chegar a diversos ambientes. Desta maneira, enxergamos benefícios em comercializar não somente o produto, mas a tecnologia em si”, diz Yoshitaka Terasawa, CFO e sócio-fundador da Take.

Os sócios passaram, então, a treinar o sistema de reconhecimento para identificar diferentes itens. “Por questões estratégicas, nossa atenção está voltada a Alimentos e Bebidas (AB). Por isso, focamos em parcerias com linhas de chás, refrigerantes, energéticos, além de águas, sucos e isotônicos. Mas também estamos em conversas avançadas com grandes indústrias para disponibilizar coolers para comidas congeladas, sorvetes e carnes para churrasco”, explica Terasawa.

O executivo ainda revela que 100% da receita da Take está relacionada a alguma camada de tecnologia. “A premissa básica do nosso negócio é a escalabilidade, visto que o produto pode ser copiado pela concorrência em algum momento. Mas ter uma operação com base em uma ferramenta própria, diminui as chances de ameaças externas e contribui para a evolução da startup conforme as demandas do mercado. É uma iniciativa que permite moldar as soluções, com uma velocidade maior de adaptação e customização”, pontua o sócio-fundador. A marca já conta com novas soluções tecnológicas em fase avançada.

Para os empreendedores que pretendem ampliar o portfólio com a comercialização de uma tecnologia, o executivo sugere manter uma mentalidade flexível. “Este recurso resolve apenas o problema do meu negócio ou pode atender o grande mercado? Se você desenvolve uma solução que atende apenas a sua necessidade, terá dificuldade no go to market. Ou seja, no momento de ir ao mercado para testá-la em outras possibilidades”, finaliza Terasawa.

Checklist para ir além dos serviços

O primeiro passo é examinar o desafio da startup em várias camadas. Em seguida, mapear o máximo de alternativas para solucionar entraves, levando em conta que é preciso encontrar soluções para etapas distintas e não para todo o negócio. Depois, estudar a fundo cada uma para entender qual delas se encaixa melhor. Afinal, quanto mais conhecimento tiver sobre as possibilidades, maior as chances de ter insights para demandas gerais.

Últimas notícias