Governo anuncia a extinção do eSocial: por que a ferramenta não decolou?

Salvador, 10/07/2019 – O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, afirmou nesta terça-feira (9) que o eSocial será extinto. A partir do ano que vem a ferramenta será substituída por outros dois sistemas: um da Receita Federal e outro de Trabalho e Previdência.

O eSocial é uma plataforma de registro informações para o cumprimento de obrigações trabalhistas, tributárias e previdenciárias. O secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, destacou que a intenção é cortar as informações exigidas das empresas de 900 para cerca de 500 nos próximos meses, concentrando dados no CPF e mantendo comunicações sobre acidentes de trabalho, informações de folha de pagamento, férias, Rais e Caged, por exemplo.

Segundo o CEO da Rede Cigam, Robinson Klein, fornecedora de software de gestão empresarial (ERP, CRM, RH, PDV, BPM, Mobile e BI), a quantidade excessiva de dados solicitados e a falta de flexibilidade da solução impediu que o eSocial fosse mais bem incorporado pelas empresas.

“Muitas empresas contrataram funcionários e reforçaram os investimentos em TI e Recursos Humanos para atender a obrigatoriedade na esperança que houvesse uma desburocratização. A tecnologia é uma aliada no processo, porém a ferramenta criada necessitava de um grande esforço do empresariado e em um momento econômico crítico, onde ele precisa estar 100% focado no seu negócio”, avalia Klein

Empresários constantemente apresentavam reclamações sobre falhas na ferramenta. Klein revela ainda que o número elevado de informações obrigatórias já fez com que ele demorasse mais do que o previsto para fazer uma contratação.

“A forma como está montado o eSocial dificulta muito a contratação. Antes, a gente podia dar um prazo de 30 dias para o funcionário trazer toda a documentação e, nesse meio tempo, ele já poderia começar a trabalhar. Hoje, porém, ele não pode iniciar a atividade sem estar tudo consolidado” critica Klein. “Isso é muito contraproducente para a economia e para as empresas, ainda mais neste momento de desemprego alto”, diz.

Em comunicado, Marinho afirma que a ideia é ter uma ferramenta de gestão e de controle da área de trabalho e da previdência que seja amigável por um lado, e por outro que seja confortável – tanto para quem precisa fazer a gestão pública, que é o governo federal, quanto por quem tem a necessidade de passar essas informações.

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