Transmissões piratas de eventos esportivos são pontos de partida para ataques hackers aos telespectadores

Especialista da Akamai, empresa de cibersegurança e nuvem, aponta as consequências do consumo ilegal de conteúdo para usuários e empresas

Salvador, 19/12/2022 – Impulsionadas pela mudança de comportamentos sociais e a pandemia, as pessoas passaram a estar cada vez mais presentes em ambientes digitais e o alto consumo de conteúdos on-line implica também no aumento da pirataria digital. Em relatório da Akamai, empresa de nuvem que potencializa e protege a vida online, divulgado esse ano, o Brasil está em 5º lugar no ranking mundial de pirataria, sendo a indústria de mídia um dos principais alvos desse mercado ilegal. Em uma análise global, o estudo apontou que o principal setor pirateado foi o de televisão, com 64 bilhões de visitas totais.

Segundo dados da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) fornecidos à CNN Brasil, 33 milhões de internutas brasileiros com mais de 16 anos têm habitos de consumo ilegal. A associação também aponta que TVs por assinatura perdem mais de R$ 15 bilhões por ano.

Ataques cibernéticos na pirataria

É preciso estar atento às “facilidades” ao consumir conteúdo ilegal. Segundo Helder Ferrão, Gerente de Marketing de Indústrias da Akamai América Latina, transmissões pirata podem ser uma isca para ciberataques e que esses sistemas ou links expõe não apenas o aparelho que está sendo utilizado, mas também todos os que estão conectados àquela rede.

“Ao acessar conteúdos piratas, muitos sites exigem que o usuário faça a instalação de extensões de navegador e plugins para poder assistir aos jogos, o que podem levar a contrair malwares. Uma vez instaladas, essas extensões infectam o computador e podem roubar informações de login e senhas salvas no navegador. Alguns têm até acesso ao histórico de navegação do usuário, que pode ser usado em esquemas de phishing e engenharia social”, diz ele.

“Links e propagandas dentro dos sites piratas de streaming em sua vasta maioria contém algum tipo de vírus. Um clique, mesmo que por engano, pode infectar o dispositivo daquele usuário. Quando instalados, esses malwares comprometem o sistema e a rede, colocam em risco dados e informações pessoais de todas as pessoas conectadas àquela rede. Principalmente hoje com o trabalho remoto, onde as pessoas acabam conectando seus dispositivos pessoais e profissionais em uma mesma rede, esse é um risco de comprometimento alto”, completa.

Outro perigo nos sites de streaming ilegais são os esquemas de phishing. Os fraudadores geralmente prometem prêmios àqueles que preencherem formulários com suas informações pessoais (e-mail, telefone, login e senha, cpf) além de detalhes bancários. Com estas informações, os cibercriminosos podem realizar novos golpes.

Outro relatório da Akamai, apontou que, entre 2018 e 2019, houve um aumento de 63% ano a ano nos ataques contra o setor de mídia de vídeo. O relatório também revelou aumentos de 630% e 208% ano a ano em ataques contra sites de TV e transmissão de vídeo, respectivamente. “Enquanto as medidas de combate à pirataria tentam bloquear a disseminação dessa prática, cabe aos próprios usuários, tentarem se proteger desse tipo de conteúdo, navegado de maneira segura e tendo atitudes mais conscientes em relação aos riscos que os acessos por fontes paralelas podem causar em toda rede”, finaliza Ferrão.

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