Identificação de pontos críticos de emissões de CO2 nas cadeias de suprimentos aumenta a sustentabilidade das empresas, aponta estudo da Accenture

Modelo de mapeamento de dados entre indústrias e países aumenta visibilidade em redes complexas da cadeia de suprimentos, permitindo estratégias mais eficazes para reduzir significativamente as emissões de Escopo 3 até 2050

Salvador, 13/12/2022 – As empresas precisam ter visibilidade total em sua base de fornecedores a fim de fazer um progresso significativo nas metas net zero até 2050. Todavia, essa visibilidade pode ser prejudicada pelo fato de que quase dois terços das emissões upstream de Escopo 3 nas cadeias de suprimentos vêm de fornecedores com os quais as empresas não têm uma conexão direta. É o que revela o mais recente estudo da Accenture.

O relatório Thought you knew the Scope 3 issues in your supply chain? Think again. analisa os hotspots de carbono nas cadeias de suprimentos em todos os níveis de fornecedores, identificando onde as emissões de gases de efeito estufa (GEE) são significativamente mais altas e potencialmente mais difíceis de reduzir. Para o relatório, a Accenture desenvolveu um modelo de dados que usa informações comerciais e de emissões de diferentes indústrias e países para calcular a contribuição do Escopo 3 de fornecedores para seus clientes, criando uma imagem precisa da localização e tamanho das emissões upstream de GEE.

“As emissões do Escopo 3 são difíceis de rastrear, especialmente nas cadeias de suprimentos complexas de hoje em dia. Muitas empresas grandes não sabem quem são os fornecedores além do Tier 1 e não têm qualquer tipo de influência ou controle sobre suas práticas de sustentabilidade. É por isso que vimos pouco progresso nas reduções até o momento”, afirma Matthew Govier, diretor executivo da Accenture Strategy na América Latina. “Munidas de dados sobre a origem dessas emissões, as empresas podem se comprometer a agir e colaborar com toda a base de fornecedores e stakeholders rumo a um futuro mais sustentável, algo que realmente faz a diferença”.

O modelo criado pela Accenture mostra as emissões upstream por país, setor e nível de fornecedor. Por exemplo, no caso de um fabricante de automóveis alemão, além dos fornecedores conhecidos na Alemanha e na China, o modelo aponta aqueles escondidos nas redes de fornecimento de outros países, como Polônia e África do Sul. O modelo também compara as emissões upstream de Escopo 3 com as de Escopo 1. A variação entre diferentes setores pode ser grande – por exemplo, as emissões upstream de Escopo 3 do setor de alta tecnologia são 28 vezes maiores que as de Escopo 1. Já no setor de serviços públicos, o upstream de Escopo 3 é apenas um quinto do tamanho de suas emissões de Escopo 1.

A análise da Accenture revela que, na maioria dos casos, se as emissões upstream correspondem a uma parcela significativa das emissões totais de uma empresa, elas tendem a ocorrer em locais mais profundos da rede de fornecedores. Outro exemplo: muitas vezes, as emissões upstream de Escopo 3 para a indústria aeroespacial e de defesa são maiores do que as emissões dos Escopos 1 e 2, e essas emissões upstream estão enterradas no fundo da rede de fornecedores upstream. Apenas 20% das emissões do setor vêm de fornecedores de Nível 1.

“Nosso estudo mais recente mostra que apenas 7% das companhias estão no caminho para alcançar suas metas net zero. Isso mostra que, para 93% das empresas, a hora de agir é agora”, explica Peter Lacy, CRO e líder da prática de Sustainability Services na Accenture. “Mesmo em meio à volatilidade econômica, as ambições em torno da sustentabilidade estão aumentando. Explorar a inteligência do carbono é uma peça importante do quebra-cabeça para converter essas ambições em ação e impacto. Os líderes do futuro estão colaborando para aumentar a circularidade e aumentar os resultados em sustentabilidade em toda a cadeia de valor”.

Com maior visibilidade das emissões upstream de Escopo 3 e inteligência de carbono incorporada ao negócio principal, as empresas podem tomar decisões mais bem informadas sobre como e onde alocar recursos, garantir compras responsáveis em toda a organização a fim de gerar reduções significativas, além de descobrir um valor empresarial mais amplo, criando redes de cadeia de suprimentos mais eficientes, resilientes, econômicas e centradas no cliente. O relatório recomenda cinco ações que todas as empresas devem tomar para atingir essa visibilidade:

1. Realize uma análise real dos pontos críticos de emissões em vários níveis para definir metas e conduzir as ações corretas. Os insights a partir desse tipo de análise fornecem a base do plano de ação para abordar as áreas de impacto mais significativo.

2. Incorpore a sustentabilidade no planejamento da categoria e na seleção de fornecedores. Dependendo das áreas de pontos críticos identificados, uma empresa pode personalizar os planos de categoria, incluindo estratégias de redução de emissões, e abordar os pontos críticos da forma mais adequada.

3. Integre as emissões na torre de controle da cadeia de suprimentos e aposte em um gêmeo digital. Torres de controle que centralizam a visibilidade e a tomada de decisão e orientam as ações com benefícios de curto e longo prazo, combinadas a um gêmeo digital da cadeia de suprimentos, geram a visibilidade de ponta a ponta necessária para otimizar as redes da cadeia de suprimentos em termos de serviços, custos, qualidade e sustentabilidade. Tudo isso em tempo real.

4. Apoie os fornecedores em seus esforços contínuos de descarbonização. A segmentação da base de fornecedores pode ajudar as empresas a adaptar seus programas de engajamento de forma adequada, desde que também melhorem a qualidade dos dados do fornecedor.

5. Colabore em todos os setores, com pares, fornecedores e parceiros do ecossistema, a fim de acelerar a descarbonização em escala. Uma solução de plataforma inteligente para agregar dados de várias partes e fazer recomendações sobre as etapas mais eficazes para a descarbonização é fundamental.

O relatório Thought you knew the Scope 3 issues in your supply chain? Think again. também está disponível no Accenture Foresight, nosso novo aplicativo que oferece um feed personalizado com os últimos relatórios, estudos de caso, blogs, gráficos de dados interativos, podcasts e muito mais. Acesse Link.

As emissões do Escopo 1 são emissões diretas de efeito estufa (GEE) que ocorrem a partir de fontes que são controladas ou pertencentes a uma organização (por exemplo, emissões associadas à combustão de combustível em caldeiras, fornos, veículos).

As emissões de Escopo 2 são emissões indiretas de GEE associadas à compra de eletricidade, vapor, aquecimento ou refrigeração.

As emissões de Escopo 3 são o resultado de atividades de ativos não pertencentes ou controlados pela organização relatora, mas que a organização impacta indiretamente em sua cadeia de valor. As emissões do escopo 3 incluem todas as fontes que não estão dentro dos limites do escopo 1 e 2 de uma organização. As emissões de escopo 3 de uma organização são as emissões de escopo 1 e 2 de outra organização.

Fonte: Agência de Proteção Ambiental (EPA), Estados Unidos.

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