Grupo fomenta a participação de mulheres em TI no Brasil e exterior

Salvador, 08/01/2020 – Anteriormente à sua formação em 1994 na Universidade Federal de Londrina, a profissional Jhuli Takahara já se interessava por Ciências da Computação. Muito antes de conhecer linguagens de programação ou entender de algoritmos avançados, ela já consertava diversos equipamentos em casa. Desde toca fitas, calculadoras e até bicicletas passaram pelas mãos da curiosa Jhuli, que descobriu um tesouro na caixa de ferramentas do pai. Mestre em Engenharia Elétrica com foco em Telecomunicações, se especializou em desenvolvimento de software para centrais telefônicas e trabalhou em grandes companhias nesta área até enveredar para um lado mais consultivo e estratégico do mercado.

Mesmo com toda a bagagem adquirida em 25 anos, Jhuli, que atualmente lidera a equipe de Vendas da Mandic Cloud Solutions – uma empresa de gerenciamento de ambientes em nuvem – nunca parou de estudar e está sempre se atualizando. Paralelamente à sua carreira, cursou doutorado em Redes Móveis e Pós graduação em Segurança de Redes, além de um MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Com um currículo de dar inveja a qualquer profissional da área, ela conta que nunca sofreu uma situação de assédio por ser mulher, mas admite que precisou provar sua competência logo de cara para ser tratada ‘de igual para igual’. “Em anos de experiência e agora à frente de processos seletivos posso dizer que os homens demonstram mais confiança que as mulheres, mesmo quando elas são mais qualificadas para determinada vaga”, afirma.

Opinião que compartilha com a arquiteta de Cloud Tatiana Scarpioni, que é uma das organizadoras e mentoras do grupo Cloud Girls, que nasceu em São Paulo. Para a profissional, a criação de uma comunidade voltada à mulheres que atuam em TI foi fundamental para garantir um lugar de fala em discussões que vão desde conhecimentos técnicos, bastidores do mercado e até mesmo orientação vocacional. “Nosso intuito é fomentar a presença feminina no mercado para que outras mulheres se sintam acolhidas desde o início da carreira e possam ocupar todos os cargos, dos mais operacionais, técnicos e até mesmo de liderança nas organizações”, revela.

Inspirada pelo irmão mais velho que já atuava na área de Tecnologia, Tatiana se formou em Sistemas da Informação, em 2002, quando começou a trabalhar com banco de dados. Passou por grandes instituições financeiras, que na época eram considerados ambientes masculinos, e também em empresas de tecnologia onde muitas vezes era incumbida de tarefas ‘mais fáceis’ e menos técnicas. “O início da carreira geralmente é o mais complicado para as mulheres mas, aos poucos, vamos ganhando nosso espaço e também uma autoconfiança para lidar com as adversidades”, explica.

Jhuli e Tatiana fazem parte das mais de 9 mil mulheres conectadas na rede Cloud Girls, que já promoveu meetups em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Espírito Santo e, mais recentemente, na Colômbia. Segundo Danilo Alves, um dos idealizadores da comunidade, o cronograma de encontros não se restringe aos meetups mas também inclui processos de mentorias que ajudam as mulheres em suas carreiras. “As empresas são parte fundamental de tudo isso, elas nos ajudam a manter nossa estrutura e a levar os encontros a outros estados e, futuramente, a outros países”, esclarece Danilo.

Patrocinadora pioneira da comunidade Cloud Girls, fundada em março de 2017, a Mandic Cloud Solutions é uma das empresas que acredita que a iniciativa é uma forma de incluir as mulheres nas discussões do setor e estimular a vinda de novas profissionais no mercado de trabalho. “Queremos conectar e difundir o conhecimento para cada vez mais pessoas, e em todos os lugares onde percebemos o potencial de atuação do grupo”, completa o fundador que tem planos de expandir para países como Portugal, Estados Unidos, Costa Rica e México, em 2020.

Apesar do ecossistema não estar ligado diretamente a nenhuma companhia, os organizadores aceitam o apoio de todas as empresas interessadas em contribuírem financeiramente e também por meio da indicação de profissionais e especialistas que possam ministrar palestras ou ajudarem nos trabalhos de mentoria que estão mais frequentes à medida que a comunidade acolhe também jovens empreendedoras.

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