Crise antecipa em cinco anos processos de modernização de empresas brasileiras

Salvador, 26/05/2020 – A chegada da pandemia no Brasil mudou as relações de trabalho e antecipou um processo de transformação no mercado previsto para o prazo de cinco a dez anos: a operacionalização à distância. Segundo especialistas, mesmo quando a quarentena acabar, o modelo deverá fazer parte da rotina e ganhar, cada vez mais, espaço nas empresas.

Uma pesquisa recente realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que o home-office deve crescer 30% após a pandemia da covid-19. Intitulado Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e Novos Negócios, o estudo, elaborado com base em 100 empresas, constatou a intenção da continuidade no trabalho remoto como parte da manutenção das operações, fortalecendo uma tendência que cresce no Brasil e no mundo.

Para Paulo Chabbouh, CEO da L5 Networks, empresa pioneira no desenvolvimento de sistemas de telecomunicações em nuvem, a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) pelo isolamento como forma de combate a proliferação do coronavírus fez com que muitas empresas de todos os portes aderissem à tecnologia para não ficarem paradas e, ao mesmo tempo, mantivessem os funcionários em segurança, trabalhando de casa. Todo o processo feito de forma emergencial. “Infelizmente foi diante de uma situação limite que muitas empresas passaram a enxergar a importância de se ter uma estrutura completa de trabalho remoto, tanto em termos de gestão quanto de operação. Algo que a gente já vem defendendo há alguns anos e a pesquisa comprova isso. É uma tendência”, conta.

No final de 2018, uma pesquisa que contou com o apoio da Sabratt (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades e da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) divulgou os resultados de um levantamento que já mostrava o aumento da adesão do trabalho à distância pelas empresas: crescimento de 22% em relação aos dados coletados em 2016. Participaram do estudo 315 empresas de todas as regiões do país e que empregam 1 milhão de pessoas. Na ocasião, o setor de TI/Telecom foi o que registrou maior adesão, 16%.

“Além da possibilidade da realização do trabalho sem que os colaboradores e gestores tenham que se deslocar todos os dias, o trabalho remoto também proporciona redução de custos e, muitas empresas, devido à crise, estão de olho nisso. Hoje, a implementação de um sistema com estruturas de PABX, CRMs, atendimentos por chats (redes sociais) e demais softwares de gestão de equipes em nuvem, por exemplo, pode gerar uma economia superior a 30% ao compararmos gastos com os mesmos itens convencionais”, informa Chabbouh.

O estudo da FGV mostra que cada vez mais as empresas estão considerando a tecnologia como um aliado na execução do trabalho, em termos de flexibilidade e também satisfação dos colaboradores e, mesmo com o fim da pandemia, as empresas deverão retomar suas atividades, considerando o home office como parte da rotina. Para citar um caso, como exemplo, só no mês de março, quando a quarentena teve início, a L5 Networks registrou um crescimento de 25% na implantação de sistemas em grandes e médias empresas.

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