Pesquisadores baianos transformam imagens em sons para proporcionar inclusão de pessoas com deficiência visual

Salvador, 04/12/2023 – Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), em 2019, 3,4% da população do país com dois anos ou mais declararam ter muita dificuldade ou não conseguir de modo algum enxergar, o equivalente a cerca de sete milhões de brasileiros com deficiência visual. Com o objetivo de contribuir com uma alternativa que permita o acesso às imagens por meios não visuais, os pesquisadores baianos Yago Fonsêca e Rafael da Costa, liderados por Leka Hattori, desenvolveram um produto que converte elementos do espaço em sons.

O projeto é vencedor do Nasa Space Apps Challenge Salvador, iniciativa que tem como proposta reunir comunidades locais dispostas a pensar soluções viáveis diante de dificuldades sociais. Yago Fonsêca, estudante de engenharia elétrica, do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), explica como foi realizada essa primeira etapa da pesquisa. “A Nasa disponibilizou elementos 3D do espaço para desenvolvermos o programa. Com isso, através de muitos códigos, chegamos ao resultado que temos. Já conseguimos converter vídeos e fotos em sons, porém estamos tentando transformar esses sons em algo mais harmônico”.

A proposta dos pesquisadores, no momento, é aprimorar o programa para aplicar à vivência experimental de pessoas com deficiência visual e concorrer à etapa mundial da Nasa. Além de possibilitar ao público-alvo “enxergar através dos ouvidos”, a dupla está esperançosa de ficar no Top 10 do ranking global da competição.

Para os desenvolvedores, essa é uma chance de gerar visibilidade e conseguir parceiros e apoiadores para o projeto. Até então, não há financiamento, mas a pretensão é lançar o produto em 2024. “Contamos apenas com o apoio motivacional do pessoal do Space Terra e os mentores do Space apps Salvador”, afirma Yago.

Na perspectiva de inovação, o trabalho busca a inclusão social visando proporcionar uma experiência sinestésica. “Transformar a forma em que as pessoas enxergam o universo, de forma que até pessoas que não podem enxergar, tenham a possibilidade de apreciar essa maravilha”, destaca o pesquisador.

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