Negócios Digitais, escassez de profissionais de TI e Blockchain no Agro marcam primeiro dia da trilha 2 do Sucesu BA 2021

Salvador, 10/11/2021 – A escassez por profissionais nas áreas de programação, desenvolvimento e infraestrutura de TI, tendências e modismos, novo normal, excesso de informações, mudança de mentalidade foram temas que nortearam os debates da Trilha 2, do Congresso Sucesu BA 2021. Com o tema Negócios Digitais, o evento ocorre de forma online entre os dias 10 e 11 de novembro, realizado pela Sociedade dos Usuários da Tecnologia da Bahia.

Para Allan Costa, Diretor de Inovação e Alianças da ISH Tecnologia, todo e qualquer processo de mudança passa pelo ser humano.

“Inovação e criação do futuro nada têm a ver com todas essas coisas: blockchain, internet das coisas, inteligência artificial. Nada disso. Tudo passa pelo ser humano. A tecnologia é trivial. A Uber transformou a mobilidade urbana. Contudo, a forma como a tecnologia foi usada é o que provocou a transformação. Nós precisamos assumir a responsabilidade pelas mudanças. Isso é Mindset – Mudança de mentalidade”, ressaltou Costa.

Falando sobre Visões do Futuro – Tecnologia, Carreira e Oportunidades em um mundo em transformação, Allan refletiu sobre o excesso de informações, nem sempre com qualidade de conteúdo, a ideia do novo normal e a velocidade de processamento desses dados, com um questionamento: o que são tendências e o que são modismos?

“O uso da tecnologia é para ampliar a capacidade humana. Essas vacinas que estão ajudando a imunizar as pessoas foram criadas em tempo recorde por mulheres e homens capacitados e focados na busca do bem comum. O que, de fato gera e consolida transformação é a mudança de comportamento. Precisamos aprender a ampliar a nossa visão de mundo. Por isso precisamos sair do paradigma da zona de conforto. Nossa vida é uma sucessão de escolhas. E desejo que vocês tenham excelentes escolhas”, completa.

Agro e Criptomoedas?

No painel: Blockchain no Agronegócio – Como a tecnologia de criptomoedas está revolucionando a indústria do agro, o engenheiro mecânico pioneiro na integração de tecnologia no agronegócio, CEO da SBR Prime, Eduardo Figueiredo contou um pouco da sua experiência em rastreabilidade de Commodities agrícolas com uso de tecnologia blockchain em plataformas digitais.

“Trabalhamos com uma indústria 4.0 a céu aberto. Começamos a combater a pirataria das sementes a partir da tecnologia blockchain, onde podemos definir os processos de forma inteligente. Obter as certificações digitais para comprovar a procedência dos produtos com total qualidade. Conscientizamos os produtores de que todo o processo qualitativo começa pelos grãos. Plantio, germinação e ponto de colheita, com o acompanhamento de um agrônomo, dando a responsabilidade técnica ao processo, que é apresentado em prontuário agronômico digital, em QR Code ou RFID.

Figueiredo fala da criação de um selo original, digital, o qual certifica que o produto está sendo entregue com toda a qualidade, com dados onde constam: certificação de origem, prontuário veterinário e agronômico, procedência, qualidade e GFrete Agro. Onde a tecnologia toma as decisões, identificando onde estão as oportunidades e as perdas, para com isso ganhar tempo, e consequentemente dinheiro.

“Desenvolvemos um ecossistema que nos permite enviar o produto ideal com procedência, todos os testes de qualidade, entrega rastreada via satélite. Artificial Inteligence para criarmos uma tecnologia disrruptiva e chegar a uma qualidade de produtos com auditoria blockchain. Tudo isso nos possibilita dados transacionais usados para minimizar perdas no mercado.

Estratégia de Transformação e Aceleração – Case Leroy Merlin

O diretor de TI, Backoffice & Supply Chain e Digital transformation leader da Leroy Merlin, Sebastian Masclef traçou uma linha do tempo desenvolvida com estratégias de TI para potencializar a transformação na Leroy Merlin, rede de lojas de materiais de construção, acabamento, decoração, jardinagem e bricolagem, fundada na França em 1923, que atua hoje em 11 países.

“Apesar de estarmos entre as melhores empresas para trabalhar no mundo, temos de renovar nossas iniciativas para retenção de talentos, principalmente em TI. Buscamos para 2022 e nos próximos três anos sermos a primeira plataforma a oferecer valor agregado e pós-vendas dos nossos produtos. Para além da migração para o digital”, avaliou Masclef.

Escassez de mão de obra qualificada

“Estamos deixando de crescer por falta de gente capacitada. Temos uma única chance de melhorar a vidas das pessoas nas grandes metrópoles brasileiras. É o avanço na capacitação em saúde, tecnologia, finanças, engenharia. E isso não é para ontem, é para agora”. Esse pensamento resume o painel apresentado pelo Presidente do Porto Digital, Pierre Lucena.

Como reitera Lucena, o Porto Digital, localizado em Recife (PE) conecta o antigo ao novo. “Aqui criamos uma grande oportunidade para incluir nossos jovens. O grande desafio hoje é a quantidade de gente que se forma na área de tecnologia todos os anos. Precisamos de verdade dar um salto quantitativo e qualitativo. Poderíamos ter 500 mil pessoas em Recife. 100 mil em Salvador. Mas não temos esses projetos de capacitação humana em TI, isso em âmbito nacional. Hoje tem muito dinheiro sobrando para investimento em projetos para aceleração, mas não temos esse investimento na base, no osso e não apenas no filé”,

Pierre falou ainda de uma chamada nacional para montar uma rede de capacitação em TI nas cidades de Recife, Salvador, Fortaleza e São Paulo.

Foto: Marcone Delano, Gerente de TI do Sistema FIEB e Mediador do Congresso com Pierre Lucena.

“O principal desafio é a expansão do capital humano e trazer moradias para o centro da cidade do Recife. A maior preocupação é que não temos nenhum projeto nacional em formação na área tecnológica. Quando não temos nem foco, nem aspiração fica difícil. Tecnologia é basicamente um projeto educacional. Temos no Brasil uma boa estrutura federal de ensino, mas precisamos direcionar os projetos e os cursos para capacitar indivíduos para onde tem demanda. E na tecnologia, a formação é constante, para a vida toda”, completou o professor.

Composable Business

Já o Diretor Executivo no Gartner Group, Jaime Gama finalizou esse primeiro dia de debates falando sobre Negócios Componíveis, uma arquitetura de negócios disponíveis, como smart cities, 5G, mobilidade compartilhada.

Foto: Jaime Gama e Thales Almeida, CIO da Defensoria Pública do Estado da Bahia

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