Apagão tecnológico: déficit de profissionais deve chegar a 797 mil até 2025

CEO da Cubos Academy comenta sobre as solicitações do segmento e possíveis soluções para a escassez de mão de obra

Salvador, 26/09/2022 – Com a proximidade do período eleitoral, algumas problemáticas e possíveis soluções começam a ocupar as pautas de discussões políticas. Esse é o caso do apagão tecnológico, fenômeno que destaca a desproporcionalidade do setor no Brasil, onde 11 milhões de brasileiros buscam por um emprego e ao mesmo tempo a área de TI sofre com a escassez de mão de obra.

Diante disso, a temática tem ganhado cada vez mais destaque e candidatos à presidência abordam propostas para atenuar as limitações desse mercado no País. De acordo com José Messias Júnior, CEO da edtech Cubos Academy, escola responsável pela formação de centenas de novos profissionais da área de TI, a solução para o problema pode ser mais fácil do que parece.

“Nós já temos o principal: milhares de pessoas dispostas a mudarem de vida e conquistarem um espaço no mercado de trabalho. Cabe a nós garantir que elas tenham acesso à especialização em tecnologia. Dessa forma, conseguimos resolver dois grandes problemas do Brasil de uma só vez. No entanto, para fazer isso acontecer é preciso investir em educação e priorizar o desenvolvimento digital interno”, frisa.

De acordo com a pesquisa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), as oportunidades no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação cresceram 14,4% no ano passado. O número representa mais do que o dobro do percentual nacional, considerando outras áreas de atuação.

A projeção da associação é que o déficit de profissionais de TI deve chegar a 797 mil até 2025. Entre os motivos que ganham destaque para o impulsionamento do problema é que o ritmo de formação não acompanha a crescente demanda do mercado. Ou seja, faltam cursos de qualificação e políticas que facilitam o acesso à educação para especialistas em potencial.

Em busca de minimizar a problemática, integrantes do setor tech se reuniram para encaminhar às candidaturas à Presidência da República propostas e demandas para o desenvolvimento tecnológico. O envio e organização dos materiais foi feito pela Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes).

Entre os tópicos citados pelo setor que dependem dos esforços federais nos próximos anos, destaca-se a inclusão digital, qualidade das conexões, digitalização do governo e engajamento do cidadão.

Para fazer o brasileiro se sentir parte do desenvolvimento tecnológico do País, os candidatos defendem a inclusão da introdução ao tema na educação, desde o início, fazendo parte das etapas clássicas de aprendizado, tal como a alfabetização.

“Com certeza introduzir o aprendizado de tecnologia na grade de ensino impactaria o mercado nos próximos anos. É comum que muitas pessoas descartem uma carreira na área por acreditarem ser algo muito complexo, quando na verdade não é e todos podem fazer. Muitas pessoas passam por diversas áreas até finalmente entenderem que elas são capazes de programar e trabalhar com TI”, explica José Messias Júnior.

Assim como muitas outras pessoas, Debora Aline Silva considerou a área de tecnologia somente após concluir a graduação para atuar em outra profissão. A jovem que atualmente trabalha como desenvolvedora Back-End Júnior utilizou o modelo Sucesso Compartilhado para ingressar no curso de curso de Desenvolvimento de Software Fullstack da Cubos Academy.

“Quando eu me formei em direito fiquei completamente sem perspectiva e sem fonte de renda. Decidi investir em TI por ser um mercado em alta, no entanto, se não fosse esse modelo da Cubos Academy que permite o pagamento do curso somente após o ingresso no mercado de trabalho eu com certeza não teria conseguido sair desse momento sem perspectiva. Existe pouco incentivo e suporte público para os que desejam migrar para TI, por isso, muitos assim como eu encontram soluções no setor privado’’, expõe.

Diante dos desafios do mercado, o problema se torna de todos. Por isso, além da criação de políticas públicas de incentivo ao setor tech, é necessário que as empresas compreendam a urgência e necessidade de investir na injeção de novos profissionais na área. Afinal, a consolidação e manutenção dessas empresas dependem da disposição de mão de obra qualificada.

“Alguns dos grandes players do mercado já estão se responsabilizando pela formação de novos profissionais, promovendo programas de educação para a captação de novos funcionários. Assim como a Nubank e iFood, as companhias precisam compreender que não existe outro caminho senão investir na criação de oportunidades que favorecem o próprio mercado em que essas empresas estão inseridas”, ressalta o CEO da Cubos Academy.

Assim como a Cubos Academy, existem muitas pessoas e profissionais engajados na abertura desse mercado. O investimento em soluções para o setor tech implica na diminuição dos altos índices de desemprego, além de fomentar a produção de tecnologia interna, o que favorece o PIB e acelera o crescimento do país.

“Cabe a nós desenvolver meios de incluir essas pessoas que buscam por uma oportunidade na área de TI. Para isso, precisamos deixar de lado a necessidade de lucro imediato e pensarmos que estamos plantando várias sementes que em breve formarão uma grande floresta que nos trará muita sombra. Não existe crescimento em um país sem frente de trabalho em tecnologia, por isso, é hora de arregaçar as mangas e se comprometer com a mudança”, finaliza Júnior.

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