Três razões para Data Centers brasileiros adotarem DCOM/Soluções Avançadas

Por Fabiano Pinto Azevedo é Gerente de Serviços Sênior da Vertiv no Brasil

Salvador, 07/05/2023 – Conforme o mundo aumenta sua presença digital em tudo – de jogos a operações bancárias, de serviços de saúde a entretenimento – a pressão sobre os data centers e sua capacidade de armazenamento torna-se maior. Com a crescente necessidade de processamento de dados, vem a necessidade de fortalecer a infraestrutura para proteger a disponibilidade. Isso tem um impacto significativo nos custos para refrigerar o data center.

É fato que os data centers consomem uma grande quantidade de energia, em grande parte devido à operação dos equipamentos de refrigeração. De acordo com uma publicação da Energy Procedia, a energia consumida para refrigerar os equipamentos de TI do data center representa de 30 a 55% do consumo total de energia das instalações do data center.

À medida que as mudanças climáticas continuam a alterar as condições térmicas da região, os requisitos para os sistemas de refrigeração se tornam ainda mais críticos. Como o Uptime Institute alerta, “os riscos associados com a pandemia global e aqueles associados às temperaturas crescentes no verão – ocasionadas pelas mudanças climáticas – colocam pressão sobre a refrigeração de muitos data centers, e isso deve piorar nos anos futuros”.

Além disso, o Uptime Institute destaca que umidade e temperatura altas por muito tempo têm um impacto sobre a viabilidade e o retorno do investimento em tecnologias de refrigeração. Um aumento de apenas 2°C/4°F na temperatura do ar externo pode tornar os sistemas de free-cooling ou evaporativos ineficazes e, em algumas situações, não econômicos.

Isso é ainda mais crítico em países com temperaturas altas e altos índices de umidade, como o Brasil. A Cloudscene indica que há no Brasil 250 Provedores de Serviços de Conectividade, 132 Provedores de Serviços Gerenciados, 79 Provedores de Hosting e Nuvem e 62 Provedores de Colocation, a maioria deles em São Paulo e no Rio de Janeiro, já que essas cidades são consideras centros chaves para o mercado de colocation. Essas cidades registraram temperaturas máximas variando de 32,6 a 40°C nos últimos dois anos.

Sistemas de gerenciamento térmico atualizados são peças vitais neste cenário quente e altamente digital para reduzir o consumo de energia e manter a confiabilidade dos sistemas de TI. E estes são os motivos:

1. Mais eficiência

Equipamentos de refrigeração legados ou envelhecendo não são tão energeticamente eficientes quanto os modelos novos. Especialistas identificaram que aproximadamente 90% das unidades de refrigeração instaladas em data centers nos últimos 15 anos não tem os componentes que poderiam economizar até 80% no consumo anual de energia. Upgrades para unidades de refrigeração são relativamente não invasivos, e têm um ótimo custo-benefício para serem implementados. Dentre os mais eficazes estão aqueles relacionados com ventiladores, controles e sensores.

2. Economia de energia e de custos

Upgrades de sistemas de refrigeração permitem que o data center se torne mais eficiente sem a necessidade de trocar unidades completas. Especialistas contam que isso gera uma economia de custos suficiente para um retorno do investimento (ROI) em 2-3 anos porque:

•  Upgrades para tecnologias de ventiladores de velocidade variável permitem a modulação automática da velocidade do ventilador, de acordo com as necessidades do sistema. Isso evita o excesso de refrigeração e pode reduzir o consumo de energia do ventilador em até 76%.
•  Upgrades dos controles podem melhorar a eficiência energética em até 10-20% para cada unidade individual de refrigeração e até 50% por todo o sistema de refrigeração.
•  Upgrades dos sensores proporcionam medições mais exatas da temperatura, as quais determinam a capacidade de refrigeração que é necessária.

3. Gerenciamento de riscos

Temperaturas altas e níveis de umidade altos que persistem são riscos para o data center. Sistemas de gerenciamento térmico atualizados podem reduzir estes riscos e ajudar a assegurar a disponibilidade do data center.

A Organização das Nações Unidas estima que a América Latina será uma das regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas, com grandes flutuações na temperatura e nos níveis de precipitação. Um exemplo disso foi visto na América do Sul no início de novembro de 2022. No Chile, as altas temperaturas causaram ondas de calor e incêndios e, no outro lado da Cordilheira, foram registradas geadas na Argentina e neve no sul do Brasil.

Ao planejar os upgrades, certifique-se de sempre detalhar os custos dos equipamentos e os períodos de payback. O upgrade deve fazer sentido financeiro, considerando que os períodos de payback variam dependendo da idade do equipamento e dos objetivos da empresa ao gerenciar o ciclo de vida do produto.

Mais do que nunca, os data centers são forçados a adicionar capacidade de refrigeração mecânica (expansão direta) aos seus sistemas se quiserem sobreviver às mudanças no calor e às demandas digitais. A prioridade deve sempre ser a confiabilidade do sistema e o retorno do investimento deve ser secundário, mas ainda importante.

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