Tecnologia: o que os varejistas têm na manga para os próximos meses

Por Vanderlei Ferreira, presidente da Zebra Technologies no Brasil

Salvador, 14/03/2021 – Antes da Covid-19 entrar no radar do mundo inteiro, o setor do varejo estava de olho em uma série de tecnologias que prometiam fornecer mais visibilidade a suas operações e, possivelmente, mudar a forma como os consumidores percebiam suas marcas.

Sabendo que os clientes abandonariam os carrinhos se não conseguissem o que queriam na hora desejada, os varejistas estavam trabalhando para melhorar a disponibilidade do estoque e eliminar as filas de checkout. Várias tecnologias baseadas em dispositivos móveis e auto-check-out começaram a ser implantadas para modernizar o ato de comprar.

Então, março chegou e os varejistas tiveram que interromper temporariamente seus esforços de modernização porque precisavam se focar no aumento da demanda causada pela pandemia, além de enfrentar todos os desafios que a acompanharam. Contudo, os projetos de tecnologia logo voltaram a ser uma prioridade. De acordo com o “Global Shopper Study”, da Zebra, a empresa para a qual trabalho, seis em cada dez varejistas aceleraram seus planos de gastos com tecnologia no segundo semestre de 2020.

Afinal, a única maneira de varejistas conseguirem sustentar o pico de demanda seria se pudessem prever suas cadeias de suprimentos e gerenciá-las com eficiência. Eles também precisavam fazer com que os clientes entrassem e saíssem das lojas com segurança e capacitar os funcionários do ponto de venda para gerenciar tarefas mais complexas causada pelas mudanças operacionais.

Os varejistas devem garantir que os consumidores sempre tenham uma ótima experiência de compra: quer eles comprem na loja física, na online ou num híbrido entre as duas – fechar o pedido digitalmente e retirar no ponto de venda. Não importa o canal, a experiência positiva do consumidor passa pela automação inteligente. Já estamos em um ponto em que capturar dados pode impactar positivamente as operações, a produtividade e a lucratividade, mas é essencial ir além. Com tecnologias bem empregadas, é possível entender o significado dessas informações, o que leva à definição dos próximos passos da operação de maneira certeira.

É aqui que o uso de tecnologias como identificação por radiofrequência (RFID), visão computacional, câmeras de borda de prateleira, robôs e sistemas de automação no geral podem fazer uma grande diferença. Adotar novas fontes de dados em tempo real cria modelos prescritivos mais relevantes e reduz custos. Além disso, os clientes se beneficiam de lojas eficientes e bem abastecidas, e de pedidos de e-commerce entregues perfeitamente, sem substituições ou itens ausentes.

Mas a automação inteligente não é a única maneira que os varejistas vão automatizar a execução da loja de varejo em 2021. Eles também vão usar análises prescritivas e soluções de gerenciamento de força de trabalho para automatizar as decisões dos funcionários da loja. Um software que pode prescrever tarefas por meio de computadores portáteis, wearables e tablets garantirá que eles saibam qual é o melhor passo a seguir a cada momento.

Nos próximos meses, varejistas usarão essas tecnologias para deixar o negócio mais forte ao:

Conhecer melhor os consumidores. O distanciamento social pode estar criando mais espaço físico entre vendedores e compradores, mas eles também podem se tornar mais próximos do que nunca: à medida que mais compradores iniciam (e completam) compras online, as lojas aprendem mais sobre seus interesses e tendências de compra, tornando cada experiência – seja na loja ou online – um pouco mais personalizada.

Facilitar interações sem contato. De pagamentos via código de barras a armários de coleta para pedidos on-line, as compras sem contato provavelmente se tornarão mais comuns. Devemos ver a proliferação de quiosques de autoatendimento e apps que permitem escaneamento de produtos, por exemplo.

Aproxime-se (fisicamente) dos clientes (online). Dark Stores e pequenos centros de distribuição estão se espalhando à medida que os varejistas se esforçam para entregar pedidos no mesmo dia, descentralizando as operações e garantindo que todo consumidor conte com uma unidade perto de sua casa.

Faça das compras uma experiência mais colaborativa. É frustrante quando um pedido de mercado feito online chega com itens a menos ou com substituições que não agradam ao cliente. É por isso que os varejistas devem fornecer dispositivos móveis para que a equipe possa entrar em contato com o consumidor em tempo real, informando-o sobre produtos que estão em falta e sobre possíveis substituições, fazendo a cesta de compras de maneira colaborativa. Ao ligar ou enviar mensagens de texto aos compradores, os varejistas terão índices de satisfação mais elevados.

Se você ainda estiver planejando sua estratégia de modernização, concentre-se em tecnologias que ajudarão todos a fazer compras de maneira mais inteligente. O gerenciamento de estoque é a chave para deixar os clientes, funcionários e parceiros da cadeia de suprimentos felizes. Com o estoque alinhado, será mais fácil manter as prateleiras estocadas, as cestas cheias e clientes e associados felizes. Os consumidores nem sempre veem as soluções de automação em ação, mas, com certeza, percebem a melhora na experiência de compra.

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