MVNOs: Por que esse mercado cresce tanto?
Por Eduardo Vale, CTO da Americanet
Salvador, 20/08/2020 – O mercado de Telecom nas últimas décadas vem sendo transformado e viabilizando mudanças estruturais nas corporações, a partir dos impactos que as tecnologias de conectividade impuseram ao mundo dos negócios. Isso abriu um leque de oportunidades para que novos modelos de operação se desenvolvessem e fossem colocados em prática, como é o caso das Operadoras Móveis Virtuais (MVNOs, na sigla em inglês).
As oportunidades criadas por esse modelo são grandes, especialmente por ser um produto de fácil implementação e operação. Na prática, essa operadora virtual usa a rede de operadoras tradicionais para atingir nichos específicos de clientes, agregar serviços diferenciados ou revender pacotes de serviços convencionais. Ao se associar com as Operadoras Móveis com Rede Virtual (MVNE, na sigla em inglês), quem oferece a cobertura e toda a infraestrutura necessárias para se tornar uma MVNO, empresas de Telecom e até mesmo de outros segmentos, conseguem aumentar o seu ticket médio, com a inclusão de um serviço de telefonia móvel com a própria marca em seu portfólio, e, assim, fidelizar seus clientes.
Apesar de trilhar o seu caminho desde 2010, é possível perceber que nos últimos anos esse mercado registrou um aquecimento expressivo, conforme a demanda por serviços de comunicação mais flexíveis aumentaram. De acordo com dados informados pela Agência Nacional de Telecom (Anatel), o Brasil encerrou o ano de 2019 com 1,2 milhão de acessos em MVNOs. A disponibilidade de serviços de voz e internet a um custo menor e o crescimento dos usuários de smartphones têm sido os principais fatores que vem impulsionando a competitividade deste mercado.
Nesse sentido, atuar como MVNO se tornou também uma alternativa para provedores de internet que planejam aumentar o portfólio de ofertas, incorporando telefonia móvel aos já prestados anteriormente. Com a mudança de hábito de consumidor, que hoje busca serviços rápidos, on demand e de qualidade, os provedores de telecomunicações locais, os chamados ISPs, passaram a ganhar mais presença em regiões que ainda apresentavam pouca inclusão digital, ao desenvolver um atendimento mais próximo e personalizado com o cliente, além de produtos que atendam suas principais necessidades.
Mas, para suportar o tráfego gerado pelo aumento da sua carteira de clientes, é necessário que os ISPs incluam em seu planejamento o investimento contínuo em infraestrutura e novas tecnologias para se manter competitivo no setor. Ou seja, aquelas empresas que não estiverem preparadas para as constantes inovações que o segmento impõe correm o risco de perderem mercado, pois os custos para estruturar e preservar um modelo MVNO são altos e demandam conhecimento técnico mais especializado. Naturalmente, esses aspectos acabaram reforçando o movimento de consolidação desse mercado, que vem acontecendo e deve ser intensificado com a chegada do 5G a partir de 2021.
O caminho é entender que essa forma de parceria oferece vantagens estratégicas de crescimento para todos os lados. Com a entrada dessas operadoras virtuais, o cliente final é o principal e sabendo aproveitar bem essas oportunidades, os provedores de internet e outras empresas podem aumentar sua capilaridade em outros nichos, agregar novos serviços e melhorar a experiência do usuário, garantido sua fidelidade.
