Metaverso: a novidade está no observador

Por Mario Cruz, líder de soluções OneCloud da Avaya para América Latina

Salvador, 24/03/2022 – Segundo o relatório “Investing in the Metaverse” (ou “Investindo no Metaverso”, em tradução livre) da Bloomberg Intelligence, o ambiente digital conhecido como metaverso tem perspectivas econômicas muito positivas. Em meados da década de 2020, espera-se que as oportunidades de mercado nesse mundo atinjam US$ 800 bilhões e, até 2030, se multipliquem, chegando a 2,5 bilhões.

Mas o que é o metaverso? Simples: é um conjunto de espaços virtuais com elementos de realidade aumentada e inteligência artificial (IA) onde diferentes pessoas que não compartilham o mesmo lugar físico conseguem se encontrar. E não só isso. Elas também interagem, têm relações interpessoais, brincam, trabalham ou desfrutam de momentos de lazer.

As grandes empresas de tecnologia veem esse cenário como o futuro da internet, mas, como mencionei no início, a novidade é relativa e essa convergência da realidade física e virtual em um espaço online compartilhado não está isenta dessa abordagem.

O termo metaverso foi criado em 1992, especificamente no romance de ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson. O conceito foi apresentado como alternativa a um mundo físico que se tornou um pesadelo e cuja saída era o ambiente virtual. Um lugar novo em um espaço digital.

Já em 2006 e 2007, para atrair clientes, a IBM tentou usar o Second Life, ambiente virtual e tridimensional que simulava a vida real e social do ser humano por meio da interação entre avatares.

Na mesma época, a Avaya, líder mundial em soluções para melhorar e simplificar as comunicações e colaboração, lançou o AvayaLive™ Engage, também conhecido como Avaya web.alive, uma plataforma imersiva que permite aos usuários criar seu avatar e colaborar, aprender, jogar, participar de reuniões e eventos, entre outras atividades, tudo em um ambiente virtual.

Com isso, quero apenas destacar que, na corrida pela inovação, todas as holdings empresariais buscam ter seu nicho de mercado nas possibilidades que o metaverso representa.

Mais de 60% das organizações analisadas no estudo “Unlock the Full Potential of Your Digital Future: Drive Business Transformation with Integrated Cloud Communications” (ou “Desbloqueie todo o potencial do seu futuro digital: impulsione a transformação dos negócios com comunicações integradas na nuvem”, em tradução livre), desenvolvido pela Frost & Sullivan, entendem que a implementação da IA é crucial ou muito importante.

Dessa forma, espera-se que os investimentos nessa tecnologia avancem a uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 46,1%, entre 2018 e 2024.

Mas por que as empresas querem fazer parte desse cenário? Provavelmente porque os negócios são construídos sobre as experiências que proporcionam. Por isso, tomar boas decisões, criar estratégias e enfrentar os desafios que aparecem diariamente são ações que vêm se tornando cada vez mais importantes para atrair novos clientes e fidelizar os atuais.

Quando falamos em moldar o futuro do trabalho, com inovação e parcerias que trazem benefícios de negócios revolucionários, a questão paira em saber que o melhor guia nessa etapa é o lugar onde os mundos físico e virtual se unem como um todo.

O metaverso representa o fato de que a inteligência artificial pode proporcionar uma “experiência total” a qualquer cliente e é um valor diferenciador no propósito de qualquer marca, funcionário e empregador.

Nesse mundo digital, poderão ser realizadas atividades tão variadas como assistir a shows virtuais, viajar, fazer compras, ir ao cinema, experimentar roupas, etc., mas a forma como trabalhamos sofrerá mudanças. As chamadas de vídeo sairão do 2D de uma tela para um formato virtual de chamada.

Sendo assim, as empresas estão buscando modelos que lhes permitam cumprir as normas vigentes, cuidar da saúde de suas equipes e manter suas operações. Com esquemas como freelance, teletrabalho, trabalho inteligente, trabalho flexível ou equipe de fusão, a tecnologia é o pilar da mudança.

O metaverso é uma ideia revolucionária e a tecnologia atual lhe confere valor econômico. Se nos basearmos em precedentes, sua implementação será gradual. Eu diria que agora estamos em um protoverso, semelhante aos primeiros anos da internet, onde existem vários mundos virtuais independentes, mas sem conexão entre eles.

É por essa razão que, neste momento, a transição para a nuvem continua ganhando força, impulsionada pela forte demanda do segmento corporativo e das soluções de comunicação.

Na América Latina, há um importante caminho a percorrer. No entanto, as aplicações de IA mais comuns vistas em contact centers são interfaces automatizadas. Embora seja importante investir nisso, existem outras aplicações que podem melhorar muito a experiência do cliente e do funcionário, incluindo reconhecimento visual e RPA (Robot Process Automation).

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