Low-Code: um aliado da TI Verde

Por Ricardo Recchi, country manager da Genexus Brasil, Portugal e Cabo Verde

Salvador, 22/08/2023 – Há algum tempo, a sustentabilidade deixou de ser apenas tema de debate entre ambientalistas e passou a ser uma pauta essencial para as empresas de qualquer setor. Atualmente, nenhum CEO pode deixar de pensar no impacto ambiental que seu negócio causa, pois, além do fato de que todos temos nossa responsabilidade em frear os efeitos nocivos causados pela degradação do meio ambiente, cada vez mais, os consumidores se preocupam em adquirir serviços de marcas que apoiam causas sustentáveis.

Uma prova desse argumento são os dados da Inc. Magazine apontando que 73% dos millennials – geração nascida entre 1981 e 1996 – estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis ou fechar negócios com empresas que tenham consciência ecológica. Além disso, de acordo com pesquisa da Perillon, 25% das corporações dos Estados Unidos já estão promovendo mudanças em suas operações com foco em sustentabilidade. Ou seja, não há rota de fuga, os executivos precisam entender que tomar medidas sustentáveis é essencial para a manutenção do negócio.

No setor de TI, a tendência é a mesma, as empresas precisam buscar soluções que freiem os impactos ambientais decorrentes de suas atividades. Inclusive, no final do século passado, foi criado o termo TI Verde para designar o movimento que visa buscar alternativas e práticas sustentáveis no setor, já que esse segmento também tem sua parcela de responsabilidade no aumento da emissão de carbono, resíduos tóxicos, entre outros problemas ecológicos, principalmente em decorrência do crescimento do uso de aparelhos eletrônicos nos últimos anos.

Dentro desse cenário, podemos citar o Low-Code como uma tecnologia aliada das ações sustentáveis. Essas ferramentas, apontadas como forte tendência no mercado segundo as últimas análises Gartner, permitem a criação de aplicações com o uso de pouca codificação e recursos de Inteligência Artificial, garantindo o desenvolvimento de sistemas de maneira muito mais ágil e gastando menos artifícios. Nesse sentido, ao reduzir o tempo e os artefatos necessários para a criação de uma solução, a pegada de carbono, associada ao consumo de energia e aos recursos no ciclo de vida do sistema, também é reduzida, o que contribui diretamente para a sustentabilidade e para a mitigação do risco climático e do impacto ambiental.

Essa tecnologia ainda possibilita a geração automática de código de programação, o que também reduz, significativamente, o tempo e o número de recursos necessários para o desenvolvimento de um software. O Low-Code ainda permite a reutilização de código e a automação de processos, que podem ajudar a reduzir o tempo e os processos necessários para a manutenção e a atualização de software, refletindo em uma menor necessidade de uso de recursos naturais e, consequentemente, em uma diminuição na geração de resíduos eletrônicos.

Outro ponto importante para o debate é focar em plataformas com a capacidade de gerar sistemas nativos na nuvem, pois essas plataformas possuem hardware mais eficiente em resfriamento e taxas de utilização mais altas. Na prática, isso significa menos tempo de manutenção, resultando em menos energia elétrica necessária para reiniciar os servidores, o que contribui para minimizar os impactos ambientais.

Optar por ferramentas que deem liberdade ao desenvolvedor para construir a aplicação também é um bom caminho, já que, dessa forma, ele pode construir uma arquitetura eficiente, que não precisará ser reprogramada várias vezes, gastando menos tempo e recursos. Além disso, é importante buscar plataformas Low-Code com gerenciamento da vida útil de uma solução. Nesse sentido, para evitar reprogramações, que gastam mais energia e recursos, é preciso eleger uma ferramenta que permita a evolução dos sistemas, viabilizando atualizações de aplicativos que podem ser realizadas sempre que uma nova demanda surgir.

Portanto, podemos afirmar que o Low-Code se mostra como uma saída viável para organizações que querem reduzir seus impactos ambientais dentro do setor de TI, diminuindo sua pegada de carbono, o consumo de energia e o gasto de recursos naturais, tornando-se uma aliada às empresas querem se adequar às demandas do mercado e, ao mesmo tempo, prezam pela manutenção de seu negócio em meio à Transformação Digital.

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