Indústria de alimentos e bebidas: 4 passos para o setor se reinventar

Investir na inovação e na transparência é a receita para as empresas se manterem rentáveis e bem destacadas no mercado

Por Waldir Bertolino, Country Manager da Infor

Salvador, 23/05/2023 – Assim como qualquer outra área, a cadeia de suprimentos do setor de alimentos e bebidas também é impactada pela manutenção da alta da inflação. O aumento do valor dos insumos, a oscilação do preço dos combustíveis e as exigências cada vez mais específicas dos clientes se tornaram pontos de atenção para as empresas, que agora precisam ser mais inovadoras e atentas às demandas do mercado.

Acredito que os eventos ocorridos nos anos anteriores mostraram para os líderes como as cadeias de suprimentos precisam de manutenção constante, planejamento estratégico e de investimento em novas tecnologias. Um estudo realizado pela McKinsey & Company apontou que 73% das organizações experimentaram interrupções em suas cadeias nos últimos anos, tanto por causa da pandemia, quanto por falta de planejamento.

Por mais que a variação da inflação não seja algo novo para as organizações, ainda é preciso ficar atento para prever os próximos acontecimentos. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que a alta dos preços de insumos atingiu o setor industrial, sendo que 71% das empresas da indústria extrativa e de transformação registraram alta acima do esperado de matérias-primas, enquanto o número sobe para 73% no caso de empresas da indústria da construção civil.

As gestões que já estudavam o panorama mercadológico e tinham consciência da importância de prever demandas e desafios, investiram em tecnologias (como IA, Big Data, Machine Learning, entre outras) e conseguiram, mesmo com as dificuldades, se manterem competitivas e rentáveis. Quando os custos aumentam de um lado da cadeia, é preciso ser criativo e pensar em maneiras de potencializar os processos e economizar na outra ponta.

A identificação dos pontos de defasagem existentes nas cadeias logísticas do mercado de alimentos e bebidas serviu como um norte para as lideranças repensarem seus processos e torná-los mais flexíveis, tecnológicos e rentáveis.

Listo abaixo 4 passos para reinventar a indústria de Alimentos e Bebidas:

Transformação digital na prática

A transformação digital na cadeia de suprimentos envolve adoção de tecnologias digitais para otimizar e aprimorar o fluxo de trabalho, e de informações que permitem aos líderes terem maior visibilidade de todo o processo. Uma ferramenta muito utilizada e que vem gerando bons resultados é o uso de sistemas automatizados para gerenciar os estoques, rastrear produtos por meio de sensores como o RFID (identificação por radiofrequência), gerar insights sobre as demandas a partir da análise dos dados e integrar todos os pontos da cadeia.

A digitalização dos processos não foi uma tarefa fácil, mas a implementação dessas tecnologias, de maneira ordenada, pode ajudar as empresas em alguns requisitos como tornar a gestão mais transparente, melhorar a tomada de decisões estratégicas e fortalecer a relação com os clientes e fornecedores.

Maior visibilidade

A unificação e a integração entre todos os sistemas da organização permite que os gestores tenham uma visão 360° do supply chain. A visualização total dos processos possibilita a transparência da comunicação entre os pontos da cadeia (fornecedores, gestão, armazenamento, lojas e clientes). A troca frequente de turnos de funcionários e pouca comunicação entre os pontos da cadeia são responsáveis pelo grande número de atrasos nas entregas e pela indisponibilidade dos estoques.

A maior visibilidade por meio das tecnologias acelera a identificação de gargalos e ineficiências durante o processo, permitindo que as organizações solucionem seus problemas com mais rapidez e aumentem a eficiência da produção.

Aumento da eficiência

A unificação dos sistemas e a automação dos processos reduz o tempo gasto com tarefas manuais, permitindo que esses funcionários sejam realocados para realizar funções mais específicas. A simplificação das operações aumenta a velocidade da rotatividade da cadeia, evita retrabalhos e traz informações mais precisas sobre o funcionamento das atividades. Com o mundo cada vez mais conectado e ágil, ganhar tempo com a utilização de tecnologias como IA, Big Data, Machine Learning, colocam as empresas em local de destaque no mercado.

Planejamento estratégico

A premissa é: não adianta tentar crescer e inovar sem o planejamento estratégico. Algumas empresas podem até obter bons resultados ao implementar a transformação digital rapidamente para não precisarem fechar suas portas, mas, os projetos mais bem sucedidos são aqueles que já mapearam a importância da automação e formas de concretizá-las em seu dia a dia.

Inovação sem planejamento é só mais um custo. Além de implantar as tecnologias na cadeia, é preciso entender como usá-las e como tirar o maior proveito de tudo que elas oferecem. Não adianta monitorar a cadeia em tempo real se não souber como analisar os dados, gerar insights que te ajudem a conhecer melhor seu mercado e prever as demandas dos consumidores.

A indústria de alimentos e bebidas vem passando por muitos altos e baixos, mas esse é o momento de reinventar para aquilo que está sendo chamado de o novo normal. A disrupção continuará sendo uma tendência, por isso as empresas precisam seguir inovando, planejando estrategicamente seus próximos passos e trabalhando cada novo insight gerado como uma nova oportunidade de estar um passo à frente do mercado.

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