Home office veio para ficar, mas o “estar juntos” também é essencial para a saúde

Com modelo híbrido, empresa de tecnologia do setor financeiro fatura 26% a mais

Por Celso Sato – CEO da Accesstage

Salvador, 07/11/2022 – Ultimamente tenho acompanhado algumas matérias e debates que trazem a opinião de heads de companhias de diversos tamanhos e segmentos sobre a adoção ou não do home office. Muitos se mostram bem resistentes a deixar as pessoas trabalharem de casa, já outros passaram a defender a ideia. De fato, acredito que para todos que estão à frente de grandes empresas, assim como para mim, foi preciso primeiro entender como seria essa realidade dentro de cada organização para poder colocá-la em prática.

Para nós, o home office já era uma pauta em reuniões da alta liderança. Já tínhamos a ideia de implantar, mas ainda estudávamos como seria colocar mais de 200 pessoas em teletrabalho sem impactar o resultado. E enquanto estávamos discutindo a melhor forma de colocar isso em prática tivemos que enfrentar algo muito assustador e desconhecido: a pandemia do coronavírus. Foi o estopim que faltava para tornar essa pauta uma realidade.

Assim que recebemos a primeira notícia sobre a chegada da covid no Brasil montamos um comitê de crise para discutir os próximos passos que trariam segurança para todos os colaboradores e para a companhia. Duas semanas depois já estávamos 100% em modelo remoto. Todos os mais de 200 colaboradores foram colocados em home office dentro de uma semana. Naquele momento foi uma decisão urgente e necessária. Mas com o tempo conseguimos ver que foi a melhor decisão que poderíamos ter tomado.

Passado todo o susto do auge da pandemia começamos a analisar os cenários para decidir se seria importante voltar ao modelo presencial ou não. Afinal, foram praticamente dois anos trabalhados totalmente à distância. E chegamos à decisão final. O home office, de fato, veio para ficar. Já não era mais uma ideia distante. Se tornou a realidade do presente e do futuro.

Quando analisamos todas as vantagens trazidas pelo modelo à distância é fácil perceber os impactos positivos tanto para a empresa quanto para os profissionais. A começar pelas pessoas que não precisam se deslocar de casa até o escritório todos os dias. Isso reflete diretamente na qualidade de vida e até na saúde. Hoje, vemos que muitos dos nossos profissionais passaram até a investir mais em saúde, já que agora conseguem ter mais tempo para atividades físicas.

Na companhia não foi diferente, a melhora na vida pessoal dos nossos colaboradores também impactou os resultados da empresa. Nossa produtividade subiu consideravelmente e nossos resultados também. Em 2021, por exemplo, tivemos um aumento de 26% em nosso faturamento. Além disso, nossa relação com o cliente também melhorou. Mesmo com a distância física estávamos mais próximos, mais presentes, e todos puderam sentir isso. Nosso NPS saiu de 73% em 2019 para mais de 82% em 2022, o que nos coloca em uma zona de excelência.

Mesmo com tudo isso percebemos o quanto as pessoas sentiam falta do contato, do olho no olho, do bate-papo e do cafezinho. Vimos que a ideia de voltar 100% ao modelo presencial era inaceitável, justamente por conta de todas as vantagens apresentadas acima e que já faziam parte da vida de todos os profissionais na empresa. Mas, ao mesmo tempo, não poderíamos deixar de considerar a possibilidade de deixar o escritório aberto para quem quisesse ou precisasse ir alguns dias por semana. Com essa decisão tomada, adotamos o modelo híbrido, devolvemos um andar, fizemos uma reforma para preparar o espaço para receber os colaboradores com um conceito mais aberto. Agora ninguém tem mesa fixa, pois pode ir em qualquer dia da semana e pode até não ir. Aliás, instituímos a ida em dois dias na semana, mas não é mandatório. Algumas pessoas vão uma vez ao mês. E tudo bem. Sempre fazemos esse tempo juntos ter muita qualidade.

E continuamos fazendo ações adotadas lá atrás quando estávamos 100% em home office, como a live com o presidente. Todos os meses nos reunimos para falar sobre os resultados, sobre as estratégias traçadas e as novidades. Agora, fazemos todos os nossos eventos em modelo híbrido. Quem está no escritório pode acompanhar no presencial e quem está à distância participa via teams.

E, como não poderia deixar de ser, o clima com os nossos colaboradores também se mostrou extremamente positivo. Nosso eNPS saltou de 22% em 2019 para 75%. Simultaneamente conquistamos o selo GPTW de Melhores Empresas para Trabalhar e a certificação de Qualidade no Ambiente de Trabalho, da FIA.

Todas essas escolhas nos mostraram que estamos no caminho certo. O home office de fato veio para ficar, é uma realidade que impacta diretamente na qualidade de vida dos nossos profissionais. Mas ter a oportunidade de encontrar as pessoas no escritório, sair para almoçar, fazer uma reunião presencial e bater um papo na hora do café é essencial e indispensável para a saúde mental de todos nós.

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