Estruturando e liderando seu negócio em um mundo sem contato físico

Por Eric Hutto, Presidente e Diretor de Operações da Unisys

Salvador, 21/05/2021 – A Covid-19 afetou tudo, exigiu que muitos de nós trabalhássemos em casa e, ao mesmo tempo, expandiu nosso uso de canais digitais para resolver questões do dia a dia. De acordo com o Banco Mundial, também levou a atividade econômica a uma “quase paralisação” .

Agora as empresas estão considerando como vão se recuperar da turbulência criada por esse cenário. Para fazer isso, elas não podem simplesmente continuar fazendo negócios como sempre fizeram. Estamos entrando em um novo mundo e esta pode não ser a última pandemia. Ou seja, as estruturas das empresas também precisam mudar. Você não pode operar uma empresa da mesma forma que fez nos últimos cinco anos e esperar os mesmos resultados nos próximos cinco.

A estrutura deve evoluir para ser digital, abordar novos pontos sensíveis e permitir o alinhamento organizacional, impulsionando o engajamento do funcionário e do cliente, além de oferecer suporte a modelos de negócios baseados em assinatura. E o maior desafio: essa estrutura deve permitir que tudo isso aconteça em um ambiente sem contato físico.

As empresas frequentemente se ajustam aos desafios olhando para a lucratividade e cortando excessos. É como aplicar uma nova camada de tinta, derrubar uma parede ou instalar alguns armários novos. Parece melhor, mas a base da casa é exatamente igual.

Você pode aparar as bordas ou simplesmente abolir o modelo atual e obter uma nova estrutura que forneça espaço para crescer e a capacidade de se mover em uma nova direção de forma eficiente e rápida. Minha opinião é que o ambiente atual exige uma mudança fundamental na estrutura e liderança das empresas.

A estrutura certa impulsiona a colaboração e o alinhamento entre as equipes

A estrutura digital é focada nas equipes. Isso permite que diferentes áreas, como finanças e RH, trabalhem juntas para resolver o que é necessário. Você pode estar pensando que já faz isso, mas a colaboração interdisciplinar e a formação de equipes são diferentes agora.

Antigamente, você podia reunir todos em uma sala e alinhar os temas necessários. Era possível ver se os profissionais estavam trabalhando bem juntos ou “batendo de cabeça”, se estavam envolvidos, animados, e por aí vai. Bem, não é assim que o Zoom funciona.

É fato que você pode colocar todos em uma ligação, mas há muitas prioridades concorrentes e distrações acontecendo ao redor. As pessoas muitas vezes silenciam os microfones e param de prestar atenção. E isso precisa ser resolvido.

Está claro que o alinhamento é mais importante que nunca. Precisamos ter certeza de que todos estão remando o barco na mesma direção. Você não pode fazer isso com uma estrutura desatualizada, orientada para departamentos ou funções, que permite às pessoas fazer uma pequena parte de um projeto e considerá-lo um sucesso (principalmente porque o projeto geral ainda pode falhar).

É hora de fornecer soluções que os clientes desejam, da forma que eles desejam

Incluir e alinhar pessoas de diferentes áreas de negócios também ajuda a garantir que você crie as soluções que os clientes precisam e que as construa de uma forma que seja possível vendê-las e entregá-las. As empresas enfrentam esse desafio todos os dias.

Muitas coisas são desenvolvidas, mas nem sempre é o que foi solicitado. A empresa pode sofrer uma perda financeira, perder datas de entrega, transmitir uma mensagem que não ressoa no mercado e perder negócios. Ter a estrutura certa ajuda as empresas a evitar esses problemas e a garantir que considerem e tratem de todos os aspectos necessários para o sucesso de suas soluções.

Aquisições, vendas e serviços estão acontecendo cada vez mais sem contato físico e as empresas precisam se preparar para isso. É como quando o Walmart anunciou que só faria negócios com empresas que suportam intercâmbio eletrônico de dados, ou EDI (paywall).

É preciso estar pronto para mais situações como essa.

Essa mudança tem enormes implicações para a estrutura, estratégia e habilidades.

Me preocupo com o fato de estarmos subestimando a maneira de liderar essa crise e até que ponto a estrutura deve mudar para oferecer experiências melhores aos clientes e colaboradores.

A forma como as empresas funcionam está mudando – e precisa mudar um pouco mais – porque o comportamento e as expectativas das pessoas estão mudando. Sabemos, por exemplo, que as pessoas estão fazendo mais supermercado online que nunca. Pode parecer algo simples, mas quem garante que voltaremos a fazer as compras de uma maneira diferente?

Isso marca uma mudança fundamental. Como os supermercados que ganham com compras por impulso vão lidar com isso?

Para entregar resultados sustentáveis no futuro, você precisa se certificar de que entende os clientes, as ofertas e os mercados como existem hoje. Você precisa de uma estrutura que lhe permita competir com eficácia e ser ágil. E, claro, você precisa de liderança e das habilidades certas e que se encaixem na nova estrutura.

Não presuma que o que você está fazendo funcionará em um mundo pós-pandemia. Qual a sua estratégia? Como vai executá-la?

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