Criptomoedas no delivery? Sim, vai ser possível e pode revolucionar ainda mais a logística

Por Rubens Neistein, business manager da CoinPayments

Salvador, 03/11/2022 – As criptomoedas já estão no mercado de investimento, no varejo físico e on-line e, num futuro próximo, também no setor logístico com as entregas de delivery. Sim, essa relação, que muitos poderiam considerar inimaginável anos atrás, começa a ganhar corpo com diferentes cases em todo o mundo e deve revolucionar ainda mais o segmento.

Afinal, a aceleração digital estimulada pela pandemia de covid-19 que possibilitou entregas até no mesmo dia em grandes centros, vai reforçar ainda mais a importância das soluções tecnológicas nas operações logísticas. Seja para agilizar os processos de encaminhamento dos pedidos, seja para transacionar valores e informações a partir de agora.

É o que a Rappi, gigante do mercado de entregas, pretende estimular no México nos próximos meses. A empresa iniciou um projeto piloto para permitir pagamentos das entregas por meio de criptomoedas. Com o apoio de gateways que realizam transações com criptoativos, a ideia é garantir que os consumidores possam utilizar essa modalidade para arcar com o delivery na plataforma de pedidos, sem a necessidade de pagar ao entregador ou usar o cartão de crédito no ambiente digital. Ainda que não tenha ficado claro quais ativos serão aceitos nesse primeiro momento, já é um avanço e tanto para o mercado por possibilitar mais uma opção aos usuários.

Essa iniciativa busca preencher um espaço ainda pouco explorado pelos players, mas com grande potencial de crescimento: a utilização de criptomoedas nas operações logísticas. São duas áreas que contam com similaridades e, principalmente, que se complementam.

O universo cripto, por exemplo, consegue entregar tudo aquilo que o setor de delivery e entregas espera resolver. Se antes esse nicho demonstrava resistência à presença de recursos tecnológicos, a digitalização dos últimos anos abriu um caminho importante que pode (e deve) ser aproveitado pelas empresas.

Primeiro porque as criptomoedas garantem a agilidade e a segurança necessárias na operação logística. Isso ocorre graças às características da tecnologia blockchain. As transações realizadas são peer-to-peer (ponta a ponta), ou seja, não há intermediários no processo. As informações e os valores saem da empresa e/ou consumidor diretamente para a organização responsável pela entrega.

Além disso, é praticamente impossível hackear e alterar os dados carregados pelos criptoativos. Divididos em blocos, são protegidos por complexos códigos matemáticos. Assim, reduz significativamente o risco de fraude no processo, permitindo que a entrega seja realizada no menor tempo possível com a melhor qualidade no serviço.

Outro ponto fundamental de aproximação entre o universo cripto e a logística é a possibilidade de inovação. Por mais que o setor tenha passado por grandes avanços de transformação digital, ainda demanda projetos realmente inovadores que garantam mais eficiência em seus processos.

Com os criptoativos, as empresas que trabalham com delivery e entregas podem criar iniciativas próprias que possibilitam um melhor relacionamento entre todas as partes. No caso da Rappi, a ideia é utilizar as moedas já existentes para garantir celeridade no pagamento. Entretanto, é possível criar tokens que podem ser disponibilizados aos usuários para realizar o pagamento dos fretes, além de dar acesso a outros recursos, como envio de documentos e promoções.

Não é à toa que soluções com criptomoedas ganham espaço em diferentes setores da sociedade. Com elas, há um ganho de eficiência, transparência e segurança em diversos processos – três características altamente desejadas por empresas e consumidores. Assim, era questão de tempo para entrarem também no setor logístico. Num futuro próximo, mais fácil do que comprar seus produtos em canais digitais vai ser o pagamento e agendamento do frete para entregá-los no conforto de sua casa.

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