Aprender para vender: o que a estratégia MVP ainda tem a ensinar para as empresas?

Por Fernando Rizzatti, sócio-diretor na Neotix Transformação Digital

Salvador, 10/08/2020 – A pandemia de Covid-19 trouxe ainda mais dificuldades para as empresas na obtenção de investimentos. Assim, trabalhar com o mínimo de riscos é essencial nesse momento. Afinal, ninguém imagina fazer um aporte de um valor expressivo em um projeto e só depois descobrir que ele não irá “decolar”. Diante dessas preocupações, ressurge a importância da estratégia MVP, do inglês Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável.

O MVP é uma metodologia que permite testar uma ideia de produto ou serviço ainda em fase de desenvolvimento, o que reduz significativamente os riscos envolvidos – entre eles, a salvaguarda do investimento. Com ele, também é possível aprimorar os modelos de negócios propostos, além de fluxos e processos, uma vez que tudo está sendo efetivamente testado pelos clientes. As startups são as mais conhecidas por adotá-lo, mas esse método já é bastante difundido entre empresas de todos os portes.

Por que trabalhar com MVP?

Entre as principais vantagens estão a redução do time-to-market (tempo de comercialização) de um produto/negócio, a capacidade de enxergar uma ideia como um todo e criar uma versão enxuta a partir disso e, sobretudo, a redução de riscos e otimização do investimento. Além disso, um MVP traz conhecimento e informação para que a empresa faça aprimoramentos mais assertivos, pois baseia sua análise a partir da interação dos clientes com essa ideia.

A implementação de um MVP começa, obrigatoriamente, no processo de descoberta, quando os desenvolvedores terão a visão completa de sua abrangência. Esse estudo pode envolver várias metodologias, como Design Thinking e Design Sprint, definição de personas e suas características, até chegar ao protótipo completo. Com essa noção completa do projeto, é possível definir as métricas de avaliação e testagem.

Pense grande, dê pequenos passos

Um MVP não é um conjunto de testes que visam validar um negócio, mas uma visão enxuta dele mesmo. Por exemplo: imagine que um negócio exige um processo de cadastro do cliente. Em uma situação que o projeto não é pensado em ser um MVP, já se criará a necessidade de que essas informações sejam armazenadas em um banco de dados, o que justificará o desenvolvimento de uma ferramenta para tal. Em um MVP, essa mesma situação pode ser contornada com o envio das informações de cadastro por e-mail e a empresa deverá ter um BackOffice para administrá-las manualmente.

É importante pensar no MVP como produto final. Por isso, ele deve possuir três características básicas: valor suficiente para que os clientes possam utilizá-lo, continuar agregando valor como produto/serviço para reter os usuários conquistados e, de alguma forma, fornecer respostas às dúvidas e/ou indicadores estabelecidos, para que possa evoluir constantemente.

E, depois de tanto estudar e testar, qual o momento ideal de lançamento? Tudo vai depender do plano de negócio e dos resultados da análise de resultado do MVP. Porém, como ele é uma versão enxuta de um produto, já conta com um plano de evolução – roadmap – estabelecido em fases, que apontará o que as novas versões devem contemplar e/ou resolver de forma definitiva.

Por fim, vale destacar a importância de estabelecer as métricas certas para colher resultados mais assertivos e aderentes às expectativas dos clientes. Mais do que nunca, entregar um produto desejável é o que vai garantir a sobrevivência de um negócio – afinal, há menos pessoas dispostas a consumir nesse momento. Reunir toda a inteligência de uma empresa para definir essas estratégias garantirá um retorno mais positivo do mercado e, consequentemente, mais prosperidade aos próximos meses.

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