Bancos apostam em serviços especializado para fazer frente ao crescimento de fintechs

Salvador, 03/12/2019 – Fintechs, bancos digitais, empréstimo online: a chegada de novas tecnologias está criando um novo cenário dentro do mercado de serviços financeiros. Embora ainda não tenham se estabelecido como dominantes no segmento, as “nativas digitais” estão ganhando espaço e mudando a forma de consumo desse tipo de serviço no Brasil.

O movimento dos bancos “sem agência nem fila” começou há cerca de cinco anos no país, mas sua procura intensificou do ano passado para cá. Para se ter uma ideia de sua expansão, estimativas da consultoria Boston Consulting Group apontam que são abertas entre 500 milhões e 1 bilhão de contas nessas plataformas só em 2019. Por outro lado, os números das instituições tradicionais estão, aos poucos, declinando: os cinco maiores bancos nacionais passaram de 72,3% para 64,5% de market share entre 2014 e 2018, segundo um estudo do economista Roberto Luís Troster, ex-chefe da equipe econômica da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Isso se dá porque os benefícios oferecidos pelas fintechs são muito atraentes e incluem, principalmente, a facilidade de uso, rapidez dos serviços, desburocratização de processos e uma constante busca por uma experiência de usuário positiva. O nível de satisfação de seus clientes é alto — e as instituições bancárias tradicionais sabem disso. Não à toa, 90% delas afirmam que as startups oferecem riscos aos seus negócios, de acordo com um estudo da PwC – que aponta, ainda, que apenas 39% dos clientes atuais pretendem continuar contando com os serviços de bancos tradicionais.

Serviços especializados são opção para transformar e estruturar negócios

Conseguir responder a demandas cada vez mais exigentes através do uso de serviços inovadores não é apenas tendência, como um movimento inteligente em meio à atual transformação digital. Os bancos precisaram repensar seus modelos de negócios para encontrarem soluções viáveis como forma de permanecerem ativos, enquanto as empresas que estão sendo concebias precisam nascer já com uma cultura digital, se quiserem aumentar suas chances de sobrevivência no mercado.

A tecnologia é a questão central dos modelos de negócios atuais. A implementação de processos e serviços mais ágeis, que funcionem em ambientes digitais, tornou-se indispensável. Grande parte das companhias já sabem disso, mas não sabem por onde começar ou de que maneira podem promover uma transformação em seu core business. De acordo com Karine Nogueira, diretora de Novos Negócios da Sinqia, empresa líder em tecnologia para serviços financeiros, uma das soluções mais viáveis pode ser o apoio de squads especializadas em transformação digital.

“O Squad consiste na composição de disciplinas importantes para compor um time inovador, que realmente entende do assunto. Nossa mão de obra é extremamente especializada; montamos Squads multidisciplinares, direcionadas às reais necessidades dos nossos parceiros e de seus clientes e fazemos o acompanhamento dos resultados de perto”, afirma Karine.

Hoje, a empresa tem mais de 50 profissionais dedicados a área de Squads de quatro grandes players, que consistem em dois bancos digitais, uma montadora e uma seguradora. De acordo com a Sinqia, estes clientes ganharam em performance e apoio na mudança de mindset de inovação, assistência especializada, acesso à tecnologia de ponta, produtividade, agilidade de processos, flexibilidade, aumento da variedade e da qualidade dos serviços e ganho em satisfação dos clientes internos e externos.

Para que não haja uma alta rotatividade, a empresa investe na capacitação e certificação das squads (como chamam as equipes desta área), com foco em transformação digital e aprofundamento do mercado financeiro. “Nosso índice de turnover é baixíssimo, o que é extremamente importante para o cliente, pois diminui a chance de desiquilíbrio nas squads e de impactos negativos nas entregas. Com empresas menores ou com nível de especialização baixo, este risco é maior”, acrescenta a diretora.

Investimentos para o futuro

No mês passou, a Sinqia realizou uma oferta subsequente de ações, em que captou R$ 362 milhões. O aporte marca o início de um novo ciclo de crescimento da empresa e parte dele será direcionado à implementação de novas tecnologias.

“Inteligência artificial, machine learning, blockchain, smart contracts, integração com a Nuvem — estas são as soluções que pretendemos trabalhar no próximo ano. Queremos alavancar ainda mais a área de outsourcing e de transformação digital bancária, e acreditamos que não há como fazer isso sem investir nessas ferramentas”, comenta Thiago Saldanha, CTO da Sinqia, que chegou há pouco na empresa para compor o corpo diretivo.

Com cerca de 20 anos de experiência no mercado de tecnologia, Saldanha assumiu o desenvolvimento das plataformas de software, com o objetivo de implementar novas soluções que proporcionem o aumento de produtividade e da qualidade dos produtos. Está trazendo um mindset de startup para a Sinqia, com softwares que proporcionem serviços personalizados e ainda mais ágeis.

O bem-sucedido follow-on e a contratação visam impulsionar ainda mais a inovação e os resultados da companhia, que viverá uma nova etapa de desenvolvimento acelerado orgânico e inorgânico.

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