Estudo revela o ritmo em que a Covid-19 está acelerando a transformação digital

Salvador, 13/10/2020 – O mais recente Global Interconnection Index (GXI), estudo de mercado global publicado anualmente pela Equinix, mostra que a pandemia de Covid-19 já mudou drasticamente os planos das empresas com relação a iniciativas de infraestrutura digital para os próximos três anos. A América Latina é a região que registrará o maior crescimento da velocidade de interconexão (conectividade privada para a transferência de dados entre organizações), alcançando uma taxa composta de 50% entre 2019 e 2023.

Entre os 11 setores incluídos no estudo, destaca-se o de conteúdo e mídia digital, com aumento previsto de 62% no período na América Latina. Esta é a maior taxa de crescimento de todos os setores, em todas as regiões pesquisadas no GXI. Buenos Aires, Cidade do México, Rio de Janeiro e São Paulo devem ser as principais áreas metropolitanas responsáveis pelo crescimento.

Já a velocidade de interconexão global alcançará uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 45% de 2019 a 2023. A capacidade dessa conectividade é equivalente a 64 zetabytes de troca de dados — suficiente para cada ser humano no planeta (7,8 bilhões) transmitir sua sequência completa de DNA em uma hora.

Os provedores de serviços digitais — em áreas como telecomunicações, serviços de cloud e TI, conteúdo e mídia digital e provedores de tecnologia — devem aumentar em cinco vezes a velocidade de interconexão até 2023, impulsionados pela pressão das empresas por menos lacunas digitais na edge. A tendência acompanha as expansões e o suporte que as empresas oferecem para interações em tempo real ao interconectar estrategicamente fluxos de trabalho mais próximos e entre pessoas, coisas, locais, clouds e dados.

“Como serviços interconectados, provedores de cloud, cloud distribuída, serviços de edge e SaaS continuam a proliferar, a razão para permanecer apenas em uma topologia de data center tradicional terá vantagens limitadas. Esta não é uma mudança rápida, mas uma mudança evolutiva, pensando em como entregamos serviços aos nossos clientes e ao negócio. Esta tendência, juntamente com a nova realidade de que fatores externos podem limitar o acesso físico ao data center (como quarentenas), está impulsionando uma nova maneira de pensar no planejamento de infraestrutura”, escreveram os analistas do Gartner1 David Cappuccio (Distinguished VP Analyst) e Henrique Cecci (Senior Director Analyst).

“Os líderes digitais precisam se preparar para a recuperação pós-pandemia, planejando e implementando as iniciativas de transformação digital certas agora”, avalia Claire Macland, Senior Vice President of Marketing da Equinix. “Quem tiver uma infraestrutura básica que ajude a reunir todos os lugares, parceiros e possibilidades certos, ganhará uma vantagem corporativa no longo prazo.”

“Com a pandemia criando uma mudança global repentina para o trabalho remoto, nossos clientes valorizaram mais a necessidade de soluções de rede confiáveis. Priorizar as transformações digitais e a conectividade em nuvem é fundamental. Nossa prioridade é fornecer aos clientes soluções diferenciadas para impulsionar a agilidade dos negócios de forma que eles possam atingir seus objetivos e mitigar riscos”, explica Debika Bhattacharya, VP Global Solutions da Verizon Business.

O GXI oferece insights por meio de monitoramento, avaliação e previsão do crescimento da velocidade de interconexão, com um conjunto variado de parceiros e provedores, em pontos de troca de TI distribuídos geograficamente dentro de data centers de colocation carrier-neutral.

Padrões de adoção digital estão mudando

De acordo com o GXI, houve uma mudança no padrão de adoção digital. Hoje, os provedores de serviços estimam responder por quase o dobro da velocidade de interconexão (10.284 Tbps até 2023) em relação às grandes corporações. No entanto, a previsão é que grande parte dessa demanda por provedores de serviços seja em resposta às empresas que passaram a priorizar sua transformação digital como forma de se prepararem para a recuperação pós-pandemia.

O relatório também prevê que as empresas dotadas de infraestrutura digital ganharão mais vantagem competitiva e continuarão liderando o crescimento dos negócios, enquanto aquelas que não tiverem vão encontrar dificuldades e dependerão dos provedores de serviços para transformar seus modelos de negócios.

Negócios tradicionais migram cargas de trabalho para a edge

Os negócios tradicionais, em setores como bancos e seguros, manufatura e serviços profissionais e comerciais, representarão um total combinado de 30% da velocidade de interconexão global até 2023, de acordo com o GXI. Trata-se de uma resposta à necessidade crescente de migrar cargas de trabalho para a digital edge e expandir a infraestrutura de TI central ao mesmo tempo. Estima-se que, até 2023, essas empresas tradicionais atinjam um pico de crescimento de velocidade de interconexão de 50% ao ano.

Os setores de saúde e ciências da vida, governo e educação deverão liderar as empresas tradicionais com relação ao crescimento da interconexão, uma vez que as iniciativas públicas e privadas em inteligência artificial (IA) e machine learning (ML) devem gerar uma CAGR combinada de 47% na velocidade de interconexão entre 2019 e 2023.

Organizações estão se beneficiando com o “efeito de rede”

As organizações estão aumentando sua vantagem digital por estarem presentes em locais com mais usuários, maior número de provedores e atividades mais densas — comportamento conhecido como “efeito de rede”. De acordo com a IDC, até 2025, 80% dos líderes digitais poderão sentir os efeitos da conexão com vários ecossistemas, incluindo incremento do valor para os clientes finais.2

A necessidade da troca de aplicações em ecossistemas digitais para apoiar o engajamento em tempo real é essencial e cria um efeito de rede para os negócios. O GXI Vol. 4 prevê que a conectividade entre provedores de serviços, operadoras de telecom e provedores de serviços de cloud e TI serão as duas principais fontes de Interconexão de ecossistema, com uma previsão de CAGR combinada de 49% entre 2019 e 2023.

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