Cinco tendências para transformação digital usadas por gestões públicas brasileiras

Salvador, 21/10/2019 – Recentemente, o Gartner divulgou uma lista com 10 tendências que deverão ser adotadas por gestões públicas ao redor do mundo até 2020. De acordo com a previsão feita pelo instituto, uma série de iniciativas para promover a transformação digital dos governos deve ser feita em 12 a 18 meses. Algumas delas, porém, já são praticadas, inclusive no Brasil: identidade digital para os cidadãos acessarem serviços, cultura ágil, gestão digital de produtos e serviços, tudo como serviço (Xaas), entre outras.

Veja cinco tendências apontadas pelo Gartner que são feitas no Brasil:

Engajamento multicanal feito pelos cidadãos — Essa tendência, já praticada por diversos segmentos corporativos, também está gradualmente sendo adotada pelas gestões públicas. Desde a comunicação com os governos por redes sociais, até o uso de serviços disponibilizados digitalmente por meio de plataformas. Desde maio deste ano, a Prefeitura Municipal de Aracaju utiliza a plataforma AjuInteligente, desenvolvida pela govtech 1Doc, que também integra o portfólio de produtos da Softplan. A plataforma agiliza a comunicação entre cidadãos e prefeitura, além de permitir a gestão documental. A tecnologia gera economia de recursos financeiros e materiais, como o papel, permitindo transparência e o acesso à informação. A estimativa é que a prefeitura economize R$ 190 mil por mês, eliminando gastos com papel.

Identidade digital — Tecnologias capazes de criar uma identidade digital segura dos cidadãos está entre as tendências para os governos apontadas no relatório Gartner. Neste sentido, soluções aplicadas no Brasil, como a certificação digital, já são realidade e se tornarão cada vez mais usadas no futuro. Por exemplo, os médicos que atendem em alguns municípios têm uma identidade digital, o que ajuda prefeituras a economizar e a otimizar o atendimento na saúde pública. Além de eliminar o uso de papel, a tecnologia contribui para evitar fraudes e para personalizar o atendimento de cada cidadão, pois todo o histórico do paciente é mantido em nuvem e pode ser acessado por clínicas, hospitais e outros agentes da saúde pública de uma forma segura. Este recurso é usado em prontuários, exames, receitas e atestados médicos. “As informações são armazenadas de uma maneira padronizada, conforme estabelecido em conjunto pela Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), porém só acessadas por profissionais habilitados. A certificação garante mais agilidade na emissão de receitas médicas e também na entrega dos resultados de exames”, explica Carlos Roberto De Rolt, fundador da BRy Tecnologia, empresa que atua no mercado de certificação digital.

Eficiência tecnológica — Uma das tendências apontadas pela Gartner é que até 2020  haverá um movimento dos governos para aumentar a eficiência em TI. No Brasil já observamos que empreendedores que atuam no processo licitatório adotam práticas que promovem a eficiência tecnológica, e que ajudam o governo a gastar menos.  É o que propõe a solução da Effecti, por exemplo. A empresa é especializada em desenvolver automação para os fornecedores de licitação e permite, através da tecnologia, que micro e pequenos empreendedores possam competir com grandes multinacionais, mesmo sem possuir uma equipe dedicada exclusivamente para o processo. “Isso gera uma economia enorme para o governo, que passa a ter acesso a um número ainda maior de fornecedores de empresas de todo Brasil, que vão competir para oferecer o preço mais baixo para as mercadorias e serviços. Isso tudo só é possível graças a digitalização do processo licitatório”, comenta Fernando Salla, CEO da Effecti.

Força de trabalho digitalmente capacitada — Outra tendência apontada pelo Gartner é a capacitação da força de trabalho, os servidores, por meio digital. Entre as iniciativas existentes no Brasil está a WeGov, um espaço de aprendizado que visa promover a inovação no setor público, por meio de eventos, capacitações e aprendizado via digital. No início do ano, desenvolveram o projeto “101 dias de inovação no setor público”. O projeto, criado digitalmente, envia conteúdos diários — vídeos, podcasts, textos e webinars — sobre inovação e transformação digital a servidores públicos. A WeGov também promove oficinas de design thinking para redesenhar processos e modelos exclusivos, pensados de acordo com a necessidade da instituição.

Ferramentas de análise — Para organizar o planejamento das demandas e as modalidades de compras públicas — de produtos e serviços que serão utilizados e oferecidos, seja na administração em si ou diretamente à população — , é possível contar com softwares que auxiliam esse processo: desde a gestão de contratos, gestão de materiais e serviços, almoxarifado até o patrimônio de entidades como Governos Estaduais, Municipais, autarquias, sistemas federativos, empresas públicas e/ou internacionais. Como exemplo de grandes instituições que utilizam tecnologias como está o Governo do Estado de Pernambuco, que adotou em sua rotina a plataforma GPM (Govern Purchase Management), da Paradigma Business Solutions. “Com o controle centralizado numa plataforma e a padronização de processos conquistados com o uso da tecnologia, o Governo está conseguindo atender níveis elevados de governança, transparência e economicidade. Além disso, o uso da ferramenta possibilita à gestão maior agilidade e controle dos procedimentos realizados. Ou seja, a tecnologia pode ser uma aliada para garantir não só a transparência, como o uso adequado dos recursos públicos. Esses fatores, por sua vez, permitem retornos benéficos tanto para a administração pública quanto à sociedade”, fazendo mais com menos comenta Luiz Alberto Galafassi, diretor da Unidade de Governo Eletrônico (eGov) da Paradigma.

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