Uso de diploma digital gera economia, segurança e agilidade para universidades e estudantes

Salvador, 21/09/2020 – A pandemia de Covid-19 expôs a urgência de colocar a transformação digital em prática em diversos setores, entre eles, a educação. Algumas ações iniciadas pré-pandemia se tornaram ainda mais necessárias nesse contexto. Uma delas é o projeto de Diploma Digital iniciado pelo Ministério da Educação (MEC) no final de 2018.  O objetivo da iniciativa é fazer com que todas as instituições de ensino superior do país acabem com o certificado em papel e adotem a versão digital.

O diploma é documento fundamental para que estudantes ingressem no mercado de trabalho na área escolhida. No entanto, com o modelo em papel, esse processo pode levar até 120 dias e exige que o graduando se desloque à instituição de ensino para buscar o documento. Durante o período de distanciamento social, essa burocracia, além de gasto de tempo, representa um risco à saúde dos alunos, que precisam se expor ao vírus para ter acesso ao diploma.

Com a versão digital, a solicitação do diploma pode ser feita pelo próprio estudante por meio de smartphone ou computador, e é possível receber o documento sem sair de casa em tempo consideravelmente menor. De acordo com estimativas do MEC, a redução é de cerca de 120 para 15 dias. A Universidade Federal de Santa Catarina, pioneira na emissão do documento digital, usa tecnologia de certificação digital desde 2019 para garantir a autenticidade do documento e a agilidade na emissão.

De acordo com Sérgio Roberto de Lima e Silva Filho, consultor comercial da BRy Tecnologia, empresa que em parceira com o Laboratório de Segurança em Computação (Labsec) ajudou a implementar o projeto na UFSC, dois recursos criptográficos tornam possíveis a digitalização dos diplomas. “O carimbo do tempo, tecnologia que comprova data e hora em que o documento foi emitido, e o certificado digital, que garante a autenticidade do diploma” explica. O carimbo do tempo é vinculado a fontes confiáveis conforme determina a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), que reúne normas técnicas de segurança usadas na certificação digital. É essa a garantia de que o documento terá validade jurídica a longo prazo, ou seja, poderá ser acessado muitos anos após a emissão. Outra vantagem é a prevenção a fraudes, pois a criptografia tem mecanismos de segurança avançados e não é manipulada manualmente. Com a tecnologia, os diplomas devem ser emitidos por qualquer instituição do sistema de ensino federal.

A digitalização do diploma também traz benefícios para o meio ambiente, pois elimina o uso do papel. “É um ganho para o meio ambiente e para desburocratização da universidade”, afirma Sérgio. O consultor também explica que a tecnologia é uma medida de combate à falsificação de diplomas, que pode acontecer com o modelo em papel. O diploma digital é armazenado no banco de dados da universidade e facilmente acessado sempre que necessário, inclusive para checar sua validade. Outra vantagem é que os certificados podem ser armazenados com segurança em nuvem, o que permite que o acesso seja feito pelo computador, celular ou tablet.

Economia de R$ 48 milhões ao ano — Desde o início do uso do diploma digital, a UFSC economiza R$ 305,11 por diploma (a versão física custa R$ 390,26 enquanto a digital R$ 85,15). O MEC estima que, quando todas as universidades federais aderirem ao sistema, a economia deve ser de R$ 48 milhões/ano. “A transformação digital contribui de diferentes formas, principalmente pela agilidade e por garantir mais segurança. Sem falar que os recursos podem ser investidos de uma melhor forma. As mesmas tecnologias utilizadas para emissão do diploma digital também podem apoiar a digitalização de outros processos nas instituições de ensino”, finaliza Sérgio.

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