Nem o menu, nem o chef: o que importa é o cliente
Por Rodrigo Andrade Oliveira, diretor de Ofertas da Linx
A cada edição da NRA Show, uma surpresa. Para quem não conhece, trata-se do maior evento voltado ao mercado de Food Services do mundo. É organizado pela National Restaurant Association e acontece todo ano em Chicago, nos Estados Unidos. Profissionais do mundo todo se organizam para conhecer as tendências deste segmento que é considerado um dos preferidos dos consumidores. E não é à toa.
O mundo da gastronomia é protagonizado por grandes chefs que criam pratos renomados para restaurantes classificados por estrelas em um ranking global. Porém, o centro das atenções precisa ser outro: o cliente. Definitivamente, é possível ver que a experiência do consumidor se tornou o maior foco deste setor nos dias de hoje. Exemplo disso é a rede de comida asiática WOW BAO, de Chicago mesmo, que possibilita que todo o pedido seja feito por meio de apps ou totens e, a refeição, retirada sem qualquer contato que não seja automático.
Toda essa preocupação com formatos inovadores não é em vão. De acordo com dados do Generation Consumer Trend Report e do Take out and off Premisse Consumer Trend Report, 78% dos millennials consultam menus via smartphones, 52% deles usam aplicativos dos restaurantes que frequentam e 50% seguem os estabelecimentos nas redes sociais. De fato, é preciso entrar na nova onda.
No Brasil, redes como McDonald’s, Burger King e Bob’s já incorporaram autoatendimento em suas operações, facilitando o pedido do consumidor e reduzindo o tempo de espera. O investimento em aplicativos que permitem agilizar e personalizar pedidos deve aumentar, bem como a eficácia da gestão do relacionamento com seus clientes. No futuro, será possível até mesmo identificar gostos e preferências por meio de reconhecimento facial.
Essa é mais uma prova de que essas e outras tecnologias, como as de BI e análise de dados em tempo real, baseadas em inteligência artificial e machine learning, vieram para ficar. Agregar inovação ao negócio significa explorar um novo horizonte em termos de previsibilidade e aproximação do cliente. Afinal, por que não recomendar promoções personalizadas de acordo com os gostos do seu público?
Assim como o comprometimento com a melhor experiência para quem frequenta os restaurantes, há também a necessidade de novas tecnologias para a gestão dos negócios, otimização de processos e muito mais. Entretanto, existe um paradoxo neste contexto: o mercado sabe que os recursos de hoje precisam evoluir. Porém, o medo de mudar ainda domina o setor. Mas, na atual conjuntura, o sucesso está do lado de quem se dispõe a inovar.
