Agricultura de precisão e segurança da informação: aliança fundamental para o sucesso do negócio

Por Arley Brogiato, country manager da SonicWall Brasil

O campo é, hoje, a vanguarda da economia e da inteligência brasileira. Responsável por 23,5% do PIB em 2017, o agronegócio é rentável, produtivo e não para de crescer. Esse setor vive uma evolução silenciosa: a busca pela gestão plenamente automatizada. Segundo pesquisa realizada em 2017 pela ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), 45% do setor rural brasileiro já usa métodos e tecnologias de agricultura de precisão em suas lavouras. Isso equivale a 9 milhões de hectares cultivados a partir desse conceito. A agricultura de precisão permite uma exploração mais racional dos processos produtivos, promovendo a otimização do uso dos insumos, o aumento da lucratividade e a minimização dos impactos ambientais. É a agricultura de precisão que, acredita a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), permitirá que o mundo produza 70% a mais de alimentos até 2050.

Uma meta como essa só é atingida por meio de disrupções: a digitalização do agronegócio é um caminho sem volta, que exige que o empresário compreenda tanto os benefícios como os desafios deste salto.

Um dos pontos críticos é garantir a segurança da informação que dinamiza este setor.

O alvo do criminoso digital são ativos de informação ou, então, vulnerabilidades da infraestrutura de rede. O resultado da ação criminosa pode ser o roubo de propriedade intelectual ou a indisponibilidade dos ativos físicos do agribusiness.

Entre os ativos de informação destacam-se aplicações de gestão empresarial que percorrem todos os processos do agronegócio. Essa visão inclui, também, dados extraídos de sensores IoT (Internet das Coisas); outro ponto estratégico é o ambiente de colaboração e correio eletrônico. O agronegócio já conta, também, com sofisticadas plataformas de BigData, Analytics e Inteligência Artificial. As empresas do setor utilizam, também, aplicações de robótica presentes em drones, entre outros dispositivos.

A agricultura de precisão demanda um ambiente de TI em que, quanto maior a quantidade de dados coletados, processados e analisados, mais acertado será o diagnóstico sobre como aumentar a produtividade e a rentabilidade do negócio.

Esse tesouro de informações é, também, o alvo de criminosos digitais.

O Brasil está na rota de um número sem precedentes de ataques originados de qualquer parte do mundo. É o que aponta o SonicWall Security Center, plataforma mantida pela SonicWall que monitora em tempo real ciberataques em todo o mundo. O papel econômico do agronegócio no Brasil coloca as empresas do setor no radar dos cibercriminosos.

Ransomware

O SonicWall Security Center mostrou que, em março de 2018, apenas no Estado de São Paulo, foram registrados mais de 3 milhões de ataques de ransomware direcionados para empresas neste Estado. É bom lembrar que, em 2016, 19,3% do faturamento do setor nacional de agronegócios veio de corporações localizadas no Estado de São Paulo. Fica claro, portanto, que se São Paulo é uma região sob o ataque de criminosos virtuais, isso pode atingir grandes players do agribusiness. Se assumirmos que outros Estados se valem dos centros de dados localizados em São Paulo, é possível que esse cenário tenha alcance nacional.

Uma resposta objetiva a esse desafio é adotar firewalls de próxima geração que integrem diferentes camadas de proteção. Isso inclui técnicas avançadas como sandbox – solução que protege a empresa do campo contra ataques avançados e persistentes e chega a bloquear ataques contra processadores. Esse tipo de plataforma tem de ser capaz de ser atualizado online, em tempo real, além de oferecer recursos de implementação e gerenciamento que reduzam os custos de propriedade desse ambiente.

Indisponibilidade

O agronegócio brasileiro realiza negócios via Web – e isso pode ser, também, um alvo para os criminosos digitais. Os ataques muitas vezes visam a indisponibilidade não apenas de centros de dados ou servidores, mas, também, de dispositivos inteligentes (IoT) ou dispositivos móveis como smartphones e tablets. Esses dispositivos móveis são usados no campo para captura de dados.

As grandes extensões geográficas das maiores empresas do setor tornam essencial que o usuário em movimento consiga, com desempenho e com segurança, acessar, por meio de dispositivos móveis, as aplicações que fazem o negócio girar. Dentro deste quadro, passa a ser fundamental centralizar a gestão dos recursos de segurança: estas tecnologias devem ser implementadas e gerenciadas com o menor esforço e custo o possível e sem demandar o deslocamento de especialistas de TI e segurança a locais remotos da propriedade.

Violação de dados

As empresas do agronegócio no Brasil competem na arena global e a inteligência de suas aplicações e os dados produzidos são fortes diferenciais. Por meio de violações de dados, cibercriminosos podem roubar essa propriedade intelectual.

A luta contra esse tipo de ataque exige que se utilizem soluções com diversas camadas de segurança. Levando-se em conta que, hoje, mais de 70% do tráfego seja criptografado, não ter recursos ativos para inspecionar este tipo de tráfego é fechar os olhos para um abismo de pragas eletrônicas e códigos maliciosos. Essas ameaças usam criptografia para se camuflar e invadir, às vezes durante meses, recursos computacionais (redes e sistemas).

Phishing

Profissionais de empresas de agribusiness usam como base de suas interações plataformas de correio eletrônico. Os dados colhidos e analisados pelo SonicWall Security Center indicam que o Brasil figura entre os países com maior incidência de Spam e Phishing. A estratégia de operação dos criminosos digitais é gerar e-mails carregados de códigos maliciosos. No caso de Phishing, a resposta é aliar tecnologias como soluções de proteção de e-mail e acesso remoto seguro a inovadoras estratégias de treinamento dos usuários.

O setor de agronegócios é estratégico para o Brasil e para o mundo. A transformação trazida pela agricultura de precisão vai muito além da tecnologia – profundas mudanças culturais têm de acontecer para essa transição ser feita. Ainda assim, na era da digitalização da economia, não há como fugir do fato de que TI e segurança de TI são insumos essenciais para o sucesso do agribusiness.

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