4 fraudes que a IoT vai combater

Por Marcelo Sales, Diretor de Arquitetura e Pré-vendas da Hitachi Vantara LATAM

No início desse ano, tive contato com uma pesquisa do IDC que apontava que a IoT movimentaria R$ 8 bilhões de dólares esse ano no Brasil. E, ao longo do ano, acompanhei diversas notícias sobre a adoção dessa tecnologia por aqui. Ou seja, a Internet das Coisas não é mais só um assunto sobre o qual vamos discorrer e discutir – ela já está presente no nosso dia a dia. E, ainda que se fale muito no mercado sobre as possíveis fraudes ou golpes que podem acontecer com os dispositivos conectados, apenas 5% das empresas na nossa região veem a segurança como um desafio na adoção deles.

Mais do que isso, eu, particularmente, vejo uma vantagem no combate às fraudes para empresas e setores que já estão usando o IoT.

IoT e criptografia aliados no campo

Em um artigo publicado na TI Inside, sobre blockchain e IoT, o Gerson Rolim, CIO da The Data Company, afirmou que seria possível evitar fraudes como as descobertas na operação “Carne Fraca” com o uso da IoT. Ele defende que com a Internet das Coisas ligando de ponta-a-ponta a produção agrícola e pecuária, e com os dados obtidos no processo sendo armazenados de forma criptografada, a adulteração de dados seria impossível – e facilmente rastreável.

O que me parece é que quando falamos de conectar dispositivos, logo acendemos uma luz vermelha, levando em consideração que os dados estarão não só conectados à internet – o que já apresenta um risco eminente – mas espalhados, o que tornaria mais difícil o controle sobre eles. No entanto, ao associar a IoT à criptografia e, ainda mais como sugere Rolim, ao blockchain, as fraudes podem ser reduzidas à praticamente zero.

O desafio da água no mundo e as fraudes ligadas à nossa rede

A tecnologia é um dos grandes aliados da sustentabilidade. Com ela, tem sido possível fazer projetos de cidades e casas inteligentes, nas quais os recursos naturais são poupados. Uma das grandes aplicabilidades da IoT nesses projetos tem relação com a perda de água.

Hoje, de acordo com o relatório anual do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), o Brasil perde 38% da água nos canais de distribuição. Essa perda vem por falhas e problemas na rede, por desperdícios e, muito também, por fraudes e ligações clandestinas.

Porém, com sensores de ponta a ponta, ligados a sistemas robustos de processamentos de dados, estas últimas tornam-se muito mais difíceis de acontecer, ou mesmo, mais fáceis de detectar. O mesmo vale para as perdas de energia. É possível, por exemplo, ligar os sensores a redes LoRa (de grande alcance e baixo consumo) e monitorar a medição, o fluxo e a perda em tempo real.

Associado ao machine learning, um grande aliado dos varejistas

Mais um caso de aplicabilidade conjunto que, acredito, veremos muito em breve em ação é a Internet das Coisas associada ao machine learning. Ora, se as máquinas estão aprendendo, o fluxo de dados para que isso aconteça vem de algum lugar – e por que não dos dispositivos conectados?

Essa já é uma realidade que algumas startups voltadas ao varejo estão propondo. No momento de uma compra, por exemplo, se seu sistema de pagamentos faz um simples cruzamento de dados, digamos, com a base do Serasa, é possível detectar e apontar uma possível fraude.

Carros conectados levando mais inteligência ao setor de seguros

Para finalizar essa lista, vale falar sobre a segurança que os carros conectados podem nos dar – e como também podem agilizar os negócios das seguradoras. Além de sabermos os melhores trajetos e monitorarmos a manutenção do nosso veículo mais proximamente, os chips embarcados podem nos dar a localização exata do automóvel, além de comunicar os últimos trajetos feitos.

Do ponto de vista do segurador, a vantagem é óbvia. Com um monitoramento do carro segurado, além de um perfil mais detalhado e realista do condutor, é possível combater fraudes.

Estes são só alguns exemplos de como a Internet das Coisas pode ser encarada como uma evolução no quesito segurança da informação. É claro que, assim como as novas tecnologias, novos tipos de fraude podem surgir, mas a inteligência em combinar a captação e processamento de dados de maneira inteligente, minimiza os riscos, além de melhorar as cadeias de produção e de entregas de serviços.

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